Folha de S. Paulo


Para matar a saudade dos melhores jogos entre Santos e Palmeiras

Se você não sabe, saiba: em meio a Dérbis, Choques-Reis, Majestosos, o embate entre Santos e Palmeiras é chamado de Clássico da Saudade, homenagem aos jogos dos anos 1950/60, quando santistas e palmeirenses faziam os melhores jogos de São Paulo, dos melhores do Brasil.

Pois o de ontem esteve à altura.

Se faltaram gols em profusão não foi por nenhum defeito, ao contrário, foi por qualidade, pela felicidade da noite dos dois goleiros, Fernando Prass e Vladimir que, de fato, fizeram defesas dificílimas.

As traves alviverdes na Vila Belmiro também colaboraram duas vezes, numa delas em pecado mortal, quando o travessão evitou gol de placa, de letra, de Ricardo Oliveira.

Os deuses do futebol pareciam estar de brincadeira ao impedir que saíssem gols num jogo tão bom.

Diríamos, é certo, que foi daqueles 0 a 0 que não merecem críticas, mas o gol era necessário até sair, dos pés de Ricardo Oliveira, como o Santos fazia mais por merecer.

Como o futebol é cruel, 10 minutos depois, Jean bateu cruzado e Vladimir tocou na bola para empatar: 1 a 1.

Como é crudelíssimo, Willian virou em magnífica jogada de Róger Guedes.

O melhor de tudo é ver, no Brasil, um jogo sem nenhum perna de pau, em que ninguém maltrata a bola.

O Clássico da Saudade não deixou saudade dos melhores tempos de nosso futebol e deixa saudades até o próximo, porque, como nas décadas de 50/60, e sem comparações porque seria covardia, Santos e Palmeiras têm dois dos melhores times do país.

É provável que voltem a se encontrar ainda no Paulistinha, quem sabe na Libertadores, na Copa do Brasil e, certamente, duas vezes no Brasileiro.

O santista está triste, o Palmeirense eufórico.

Quem não é nem uma coisa nem outra, feliz da vida com o jogaço que viu.

Rubens Chiri / saopaulofc.net/Divulgação
Tricolor larga na frente, mas fica no empate com o Ituano
Rogério Ceni no empate entre São Paulo e Ituano por 1 a 1 no sábado (18)

DOENTES DO PÉ

O corintiano dirá que seu time perdeu para a Ferroviária, ex-lanterna do Paulistinha, porque sofreu um gol irregular o que, na batata, está certo.

Mas o ex-líder do campeonato perdeu porque a pontaria de seus atacantes é miserável e quando não chutam para fora ou por cima, consagram goleiros ao chutar em cima deles.

Fazer apenas nove gols em nove jogos num torneio do nível do Estadual deve ser o suficiente para se preocupar, e muito, com o futuro.

RUINS DA CABEÇA

Que o time do São Paulo está longe de ser um grande time é óbvio. Mas Rogério Ceni vinha conseguindo fazê-lo jogar com altivez e, algumas vezes, brilho.

A traulitada imposta pelo Palmeiras no Choque-Rei parece ter mexido no emocional do grupo que fez duas penosas apresentações contra o ABC e o Ituano, a ponto de lembrar a apatia do ano passado.

O elenco precisa também de uma boa terapia.

TESTE

Quem é pior: a patrocinadora do Palmeiras, Leila Pereira, que sabe não ter tempo como sócia do clube para ser eleita conselheira e ameaçou os 33 legítimos conselheiros que votaram por sua impugnação ou o novo comandante da PM paulista, Nivaldo Restivo, que disse ter sido "legítima e necessária" a ação que resultou no "Massacre do Carandiru" ou, finalmente, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que chamou de "grande chefe" o líder da quadrilha da "Carne Fraca"?


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