Folha de S. Paulo


Quem não tem estrelas ataca com trabalhadores; pode dar certo e errado

Henrique Campinha/Futura Press/Folhapress
LONDRINA,PR,01.03.2017:COPA DO BRASIL/PSTC X SÃO PAULO - O jogador Cícero do São Paulo comemora gol durante a partida entre PSTC PR x São Paulo, válida pela Copa do Brasil 2017, no estádio do Café em Londrina, (PR), nesta quarta-feira (1). (Foto: Henrique Campinha/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Cícero celebra gol na vitória do São Paulo sobre o PSTC, pela Copa do Brasil

A SELEÇÃO brasileira de 1970 tinha Carlos Alberto Torres, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino e foi esplendorosa.

A de 2006 tinha o "quarteto mágico", Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Kaká, além de Roberto Carlos, e levou inesquecível baile de uma estrela só, Zinedine Zidane.

O Flamengo de 1981 com Leandro, Júnior, Andrade, Adílio e Zico era um espetáculo, mas o de 1995, com o "ataque dos sonhos", Romário, Edmundo e Sávio redundou em tremendo fiasco.

Às vezes um time de operário dá melhores resultados ou alguém apostaria que uma defesa com Cássio, Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos, com Ralf de cabeça de área, seria campeã mundial de clubes de 2012?

Em 1984/85, a "SeleCorinthians" com Carlos, Édson, De Léon, Juninho, Wladimir, Dunga, Zenon, Serginho Chulapa, Casagrande, não deu liga.

Assim é e sempre foi no futebol.

Mais estrelado que o Cruzeiro, sem trocadilhos, de Raul, Piazza, Zé Carlos, Dirceus Lopes e Tostão só mesmo o Santos de Gylmar, Mauro Ramos de Oliveira, Zito, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Duas constelações pra lá de bem-sucedidas.

Tudo isso para dizer que temos de tudo nos quatro grandes paulistas neste início de temporada.

As estrelas alviverdes, os operários corintianos, o equilíbrio santista e o trio tricolor Rogério Ceni&Cueva&Pratto disposto a fazer barulho.

Qual time irá mais longe?

Se for para apostar no óbvio, não há dúvida, a aposta é o Palmeiras, agora que Borja chegou para completar o que pode perfeitamente vir a ser uma terceira Academia.

O azarão é o Alvinegro paulistano com um grupo coeso, aparentemente disposto a morrer em campo e cujo maior destaque é o goleiro, único remanescente do bicampeonato do Mundial de Clubes Fifa.

Já o Alvinegro santista está pronto e quem dele duvidar no atual panorama do nosso futebol quebrará a cara, porque sabe o que quer e não precisa ter pressa.

Finalmente, o São Paulo. Falta muito? Falta. Mas já apresenta claramente uma ideia de jogo e a ideia é boa. Está tomando todos os gols que pode tomar em fins de jogos agora para não tomá-los adiante.

E o adiante não é a sequência do Paulistinha.

Nada que aconteça nele é decisivo para coisa alguma e tamanha obviedade não pode se limitar ao discurso do bom senso, mas precisa ser exercitado pela cartolagem sempre disposta a sucumbir diante da pressão tresloucada de torcedores que entendem tanto de futebol quanto de plantação de ovo.

AINDA O CENTENÁRIO

Raras leitoras e raros leitores querem saber as seleções da coluna para o portentoso caderno sobre os 100 anos do Dérbi.

A do Corinthians, sempre lembrando que me limito aos que vi jogar: Gylmar, Zé Maria, Gamarra, Amaral e Roberto Belangero; Dino Sani, Rivellino e Sócrates; Cláudio, Ronaldo e Tévez, com Tite como técnico.

A do Palmeiras: Marcos, Djalma Santos, Luís Pereira, Djalma Dias e Roberto Carlos; Dudu, Ademir da Guia e Rivaldo; Julinho, Artime e Djalminha, sob Vanderlei Luxemburgo.

A seleção mista: Gylmar, Djalma Santos, Luís Pereira, Gamarra e Roberto Carlos; Dino Sani, Rivellino e Sócrates; Cláudio, Ronaldo e Rivaldo, com Tite de treinador.


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