Folha de S. Paulo


Os melhores do ano variam segundo o gosto do freguês

Para a CBF os melhores do Brasileirão foram Jaílson (Palmeiras), Jean (Palmeiras), Mina (Palmeiras), Geromel (Grêmio) e Jorge (Flamengo); Tchê Tchê (Palmeiras), Moisés (Palmeiras), Diego (Flamengo) e Dudu (Palmeiras); Robinho (Galo) e Gabriel Jesus (Palmeiras). Desde 2005 a escolha é feita por indicação de jornalistas que topam atender o pedido da mal afamada entidade.

Os critérios da Bola de Prata são outros, por intermédio de notas a cada rodada e com exigência de um mínimo de jogos. É assim desde 1970.

Houve três diferenças para o time da Casa Bandida do Futebol: Réver, do Flamengo, no lugar de Mina; Fábio Santos, do Galo, no de Jorge e Willian Arão, também do Flamengo, no lugar de Diego.

Ambas as iniciativas escolheram Cuca como o técnico campeonato e Gabriel Jesus como o craque.

O time campeão do Palmeiras tem sete eleitos na equipe da CBF e seis na da Bola de Prata.

A coluna já havia indicado sua seleção, a saber:

Danilo Fernandes (Inter), Jean (Palmeiras), Geromel (Grêmio), Mina (Palmeiras) e Fábio Santos (Galo); Tchê Tchê (Palmeiras), Renato (Santos), Moisés (Palmeiras) e Dudu (Palmeiras); Gabriel Jesus (Palmeiras) e Robinho (Galo).

Como na Bola de Prata, seis palmeirenses, embora troque Jaílson por Mina. Danilo Fernandes é o goleiro e Renato, um dos meio-campistas, dois nomes que não aparecem nas seleções da Bola de Prata e da CBF.

A coluna ainda escalou um time alternativo, como se convencionou modernamente chamar os times reservas:

Vanderlei (Santos), Victor Ferraz (Santos), Vitor Hugo (Palmeiras), Felipe (Corinthians) e Zeca (Santos); Willian Arão (Flamengo), Cléber Santana (Chapecoense), Cueva (São Paulo) e Diego Souza (Sport); Ricardo Oliveira (Santos) e Marinho (Vitória).

Note que entre os 22 jogadores da coluna não estão nem o goleiro Jaílson, o Paredão Tranquilo, de quem o colunista é fã, nem Rever, nem Diego.

A CBF ainda escolheu o meia santista Vitor Bueno como a revelação do torneio e os meios de campos da coluna estão recheados de veteranos como Renato, Diego Souza e Cléber Santana, uma das vítimas fatais do voo da Chapecoense.

Que evidentemente não foram nem poderiam ser esquecidas, homenageadas nas duas cerimônias por meio da pessoa mais forte e comovente da tragédia, a dona Ilaídes, mãe do goleiro Danilo, eleito, por votação popular, o Craque da Galera na celebração oficial.

Descontados os fatores emocionais, clubísticos ou de mera simpatia, como a rara leitora e o raro leitor escalariam suas seleções? O que explica as discrepâncias, por menores que sejam?

Não é surpreendente que o Santos, vice-campeão, não tenha nenhum eleito nos times da CBF e da Bola de Prata da ESPN Brasil?

A seleção da coluna aceita Jaílson de braços abertos, mas não acata nem Rever, nem Jorge, nem Diego, apesar de não ter nada contra o Flamengo e admirar o futebol de Diego.

Mas sabe o que é mais alarmante em tudo isso?

Citados tantos jogadores, nada menos de 27, só um, e apenas é titular da Seleção Brasileira, exatamente o craque do Brasileirão, o já ex-palmeirense, atual Manchester City, Gabriel Jesus.

Não é deprimente?


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