Folha de S. Paulo


Para SP vale o jogo do Corinthians, já para os gaúchos o foco é o Inter

O Inter cai ou o Inter não cai?

Se cair, será pela primeira vez, algo que os rivais, e felizes pentacampeões da Copa do Brasil gremistas, esperam ansiosamente.

Certamente hoje será dia de festa para metade do Rio Grande do Sul, que tem população de mais de 11 milhões de habitantes.

Para os tricolores a provável eliminação do rival coroará dias de extrema emoção depois da competente conquista da Copa do Brasil.

Para os colorados, caso sobrevivam, será a prova de que clube grande não cai como os gremistas terão de ouvir, eles que já caíram duas vezes.

Para o futebol brasileiro a queda de um gigante nunca é bom sinal, até porque privará de seu maior campeonato o clássico mais sanguíneo do país, o Gre-Nal.

Mas se cair o Vitória, hipótese remota, o Brasileirão não terá à volta do coloridíssimo Ba-Vi.

Já se cair o Sport, Pernambuco ficará sem representante, além de ser importante que o Nordeste esteja sempre bem representado.

A cartolagem colorada meteu os pés pelas mãos a tal ponto que, exceção feita aos torcedores do Inter, do Bahia, Santa Cruz e Náutico, a maioria deseja que o Inter caia, porque até os jogadores caíram na armadilha demagógica e insensível dos chefes.

Para os paulistas o domingão gaúcho vira dominguinho.

O único jogo que vale mesmo é o do Corinthians, em Belo Horizonte, contra o Cruzeiro.

Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians/Divulgação
SAO PAULO,SP - Rodriguinho durante o treino esta tarde no CT Joaquim Grava, zona leste da cidade. (FOTO: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians / Divulgacao, VENCER) *** AGORA SAO PAULO *** ORG XMIT: Treino do Corinthians ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O meia Rodriguinho em treino do Corinthians no CT Joaquim Grava, na zona leste de São Paulo

O alvinegro está obrigado a vencer, sem o que estará fora da Libertadores, e ainda torcer para que nem o favorito Botafogo ganhe do Grêmio de ressaca, em Porto Alegre, nem o também favorito Furacão derrote o Flamengo, em Curitiba.

Um dos dois resultados de empate combinado com vitória corintiana valerá vaga no torneio continental, mas não há razão alguma para acreditar em triunfo no Mineirão.

Todos os jogos às cinco em ponto da tarde, como diria o imortal poeta andaluz Federico García Lorca.

O campeão Palmeiras cumpre tabela, em Salvador, contra o Vitória em busca de pelo menos um ponto para não ter que se preocupar com mais nada, embora esteja praticamente salvo.

O Santos recebe o rebaixado América e ainda pode ser vice-campeão caso vença, como deve acontecer, e o Flamengo não triunfe na Arena da Baixada.

O São Paulo se despede de um ano ruim -que acaba melhor pela goleada no Corinthians e pela esperança em Rogério Ceni, agora treinador e repleto de ideias arejadas- contra o Santa Cruz, que diz adeus à Série A.

Finalmente a Ponte Preta fecha a temporada em casa, contra o Coritiba, com grande chance de terminar o campeonato entre os 10 primeiros, motivo de orgulho para os campineiros.

Pena que o Brasileirão de 2016, o da volta do Palmeiras campeão e o das duas invasões rubro-negras no Pacaembu, tenha a marca da tragédia do voo da Chapecoense.

O ano que era para ser só palmeirense, e do inédito ouro olímpico de nosso futebol, termina como jamais algum outro terminou entre os clubes brasileiros.

Será impossível lembrar de 2016 sem falar da Chape, do impeachment, de Trump e de Renan Calheiros, que goleou o STF.

Tragédias e comédias, assim é a vida.

Pena que as tragédias façam chorar e as comédias não façam rir.


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