Folha de S. Paulo


Título será menos complicado se o Palmeiras voltar de Recife com vitória

O Palmeiras pode perder nesta noite em Recife e mesmo assim seguirá na liderança do Brasileirão, tamanha sua vantagem no saldo de gols sobre o vice-líder Flamengo (22 a 11).

Um empate contra o vice-lanterna Santa Cruz bastará para recolocar um ponto de vantagem sobre o rubro-negro carioca.

Nada mais antipático, principalmente num campeonato tão equilibrado, do que dizer que o Palmeiras tem obrigação de vencer. Mas tem.

O Palmeiras teve tempo para se recuperar física e psicologicamente da derrota para o Grêmio no meio da semana passada.

O Santa Cruz não só está praticamente rebaixado como vem de uma vitória desgastante que o eliminou da Copa Sul-Americana, sua derradeira chance de fechar o ano com um título que seria redentor.

A diferença de elencos entre o líder e o penúltimo colocado é tão grande como a de investimento.

Cumpridos os últimos jogos da 28ª rodada, o Brasileirão entra em sua reta final —10 rodadas para definir o campeão. Entrar nela com três pontos à frente equivale a dispensar uma rodada, quem sabe a 35ª, a do enfrentamento com o Galo, em Belo Horizonte.

Ora, o Flamengo desperdiçou anteontem a chance de botar pressão no Alviverde, ao apenas empatar com o São Paulo que, diga-se, só não venceu porque seus atacantes andam com crise de confiança e buscam passar a bola que deveriam chutar ao gol.

O Palmeiras não terá o zagueiro colombiano Mina, a serviço da seleção de seu país, e do suspenso capitão (quem diria?) Dudu, líder de passes para gols neste Brasileirão, nada menos de nove, além de quatro tentos. Ou seja, teve participação direta em 13 dos 47 gols alviverdes, 28%!

Serão ausências sentidas num jogo que promete ser difícil, mas compare as dificuldades paulistas com as pernambucanas.

O título não se decide hoje, é óbvio. Será menos complicado ganhá-lo se amanhã o Palmeiras voltar a São Paulo com a vitória na bagagem.

SANTOS CUMPRIDOR

Com a volta de Ricardo Oliveira, e mais uma exibição impecável de Renato, o Santos não permitiu que o Furacão causasse estragos na Vila Belmiro e em sua campanha com vistas, ao menos, à Libertadores.

CORINTHIANS DESPENCA

A campanha do Corinthians no returno é de time rebaixado.

Está em penúltimo lugar, apenas adiante do Santa Cruz e será ultrapassado hoje caso o time pernambucano vença o Palmeiras.

Em nove jogos, o Alvinegro ganhou apenas 7 dos 27 pontos que disputou, marcou sete gols e sofreu 14.

Não fossem as derrotas do Grêmio e da Ponte Preta e teria caído do 7º para o 10º lugar, coisa que, mais cedo ou mais tarde, deverá acontecer.

Despenca também, como consequência, a presença da torcida na Arena Corinthians, palco de dois jogos seguidos, pelo Brasileirão e pela Copa do Brasil, contra Fluminense e Cruzeiro, com público pagante inferior a 19 mil torcedores, recordes negativos no novo estádio.

Depois de amanhã o visitante será o Galo, com previsão de nova derrota e menos gente.

Some-se a isso a Lava Jato que ronda Itaquera, como todas as demais arenas com participação da Odebrechet, e está pronto o quadro da crise há tempos anunciada e sempre negada pelos cartolas.


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