Folha de S. Paulo


Nunca foi tão fácil ganhar o Dérbi fora, Palmeiras é líder após série dura

O líder Palmeiras tinha quatro jogos complicados pela frente: para começar o Majestoso e para terminar o Dérbi; no meio, Grêmio e Flamengo, ambos em busca do topo.

Ganhar nove pontos dos 12 seria muito bom.

Pois ganhou oito e não foi nada mal.

Porque saiu invicto e vitorioso nos dois clássicos estaduais, em casa contra o São Paulo e fora sobre o Corinthians, o que minimiza os dois empates quando foi inferior aos adversários em Porto Alegre e em São Paulo.

O Dérbi foi fácil, muito fácil, facílimo mesmo.

Riscos o Palmeiras praticamente não correu nenhum e gols poderia ter feito pelo menos cinco.

Indiscutível que Gabriel Jesus fez muita falta porque não perderia os gols desperdiçados por Erik e Leandro Pereira, além de um perdido por Edu Dracena.

Recebido pelo Corinthians com uma frase de "Bom Dia" nas costas, o Palmeiras aproveitou para dar boa tarde logo no quarto minuto de jogo, com Moisés, entre as pernas de Cássio.

No segundo tempo o Palmeiras cansou de perder gols até fazer 2 a 0, com Mina.

O maior volume de jogo do Corinthians serviu apenas para mostrar a incapacidade criativa de um time com defesa frágil, ainda mais sem seus laterais titulares, meio campo inofensivo e ataque de riso.

Tivesse forçado, o Palmeiras golearia sem piedade.

A Fiel, descontente com o técnico, enfim virou-se contra a diretoria do clube que, de lambança em lambança, de mentira em mentira sobre o pagamento e patrocínio do estádio, transformou o que seria, segundo o deputado petista Andrés Sanchez, um dos três maiores clubes do mundo, num deserto de jogadores e ideias.

Havia mais de um ano, e 34 jogos, que os anfitriões não perdiam em seu estádio o que tornou a vitória ainda mais saborosa para manter o Palmeiras à frente do Flamengo, independentemente do que o time carioca faça hoje pela manhã no Pacaembu rubro-negro.

Sinal verde para o líder ser o campeão.

O TIME DE TITE

Contra a Bolívia, em Natal, pegaria bem um time ofensivo com Alisson, Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Renato Augusto, Douglas Costa, Neymar e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus.

Seja como for, Tite convocou Paulinho porque paga confiança com gratidão.

Não se trata de "Família Tite", mas de sinalizar que sacrifícios são recompensados.

Paulinho foi o esteio do Corinthians vencedor de 2011/12 e estava pronto quando o treinador o chamou emergencialmente para seus dois primeiros jogos pela CBF.

Confiança ontem, segurança hoje e o futuro sabe-se lá.

A FIFA PUNE?

Digamos que a Fifa não tem muita moral para punir ninguém, embora a CBF possa ser punida por qualquer um.

Deve mesmo ser como revelou nesta Folha o repórter Guilherme Seto por homofobia da torcida brasileira ao gritar "bicha!" para o goleiro da Colômbia nos tiros de meta.

Ninguém tomou providência contra a estupidez importada do México, nem a envergonhada dona CBF, nem a desacreditada cartolagem dos clubes, nem mesmo os passivos jogadores em defesa dos companheiros.

Multa é pouco, melhor seria punir mando de campo.

Mas ficará numa coceira do bolso da Casa Bandida.


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