Folha de S. Paulo


Melhor que a vitória foi a maneira pela qual o Palmeiras se impôs

O Mané Garrincha, com apenas 12 mil torcedores, merecia casa cheia para ver como deve ser a atuação de um time com pretensões ao título.

Contra a melhor defesa do campeonato, o Palmeiras se impôs desde o começo do jogo, não se intimidou com a sucessão de faltas cometidas pelo Fluminense, abriu o placar, quis mais, conseguiu e nem com 2 a 0 deu espaço ao Tricolor.

Embora ainda tenha permitido ao torcedor palmeirense a confirmação de que pode confiar no veterano goleiro Jailson, foram do líder as melhores chances de gol também no segundo tempo.

E, se o aproveitamento alviverde havia caído assustadoramente sem Gabriel Jesus, eis que ele voltou para, mesmo sem brilhar, não dar descanso aos zagueiros cariocas.

Como o Grêmio acabou por vacilar e permitir o empate ao Galo, o Flamengo surge, com Diego, Guerreiro, Leandro Damião e companhia, como principal rival no momento, o que embala o clássico do próximo dia 14 contra o rubro-negro, em São Paulo, e, ainda mais, o do dia 11, contra o Grêmio, em Porto Alegre.

Adalberto Marques/DiaEsportivo/Folhapress
O atacante Dudu comemora o primeiro gol do Palmeiras sobre o Fluminense
O atacante Dudu comemora o primeiro gol do Palmeiras sobre o Fluminense

OURO PARA QUÊ?

O Brasileirão voltou a monopolizar as atenções, e o indigente marketing da CBF nem foi capaz de motivar o torcedor para voltar a ver o campeonato do país campeão olímpico.

Segue tudo da mão para boca à espera do dia em que a Fifa decrete o fim do reinado de Marco Polo Del Nero.

Exceção feita à torcida do Cruzeiro que compareceu em peso, mais de 40 mil, no Mineirão para ajudar o time a sair da zona de perigo, e à do Grêmio, mais de 30 mil, que entendeu o tamanho do jogo contra o Galo, a presença do torcedor foi a mesma de sempre, tímida, insuficiente para fazer do Brasileirão um campeonato internacionalmente respeitado e atraente.

Por enquanto, o mais equilibrado de todos os tempos na fórmula atual, o torneio revela como é profundo o medo de ser feliz.

A começar pelo sábado, quando um dos pretendentes ao título, o Corinthians, foi presa fácil da Ponte Preta e, ao perder por apenas 2 a 0, viu-se na situação de agradecer por não ter sido goleado.

Diante de novo choque de realidade, a menos que haja uma reviravolta acompanhada de um atacante que resolva, o Alvinegro deverá ficar na zona intermediária da tábua de classificação, embora resista incrivelmente no G4, com um jogo a mais que o Grêmio, bem entendido.

Restará lutar pelo imponderável dos mata-matas da Copa do Brasil.

A saga continuou no domingo pela manhã quando o Santos fez tudo o que deveria fazer contra o Figueirense, com exceção do mais importante, o gol.

Perder três pontos em casa como perdeu ao ser derrotado por 1 a 0 não o autoriza a pensar grande, como tem talento para pensar, típica situação dos que têm medo de serem felizes.

Não é a situação do São Paulo, protagonista de mais um péssimo resultado no Morumbi, sem gols contra o Coritiba. Este tem medo mesmo é da infelicidade.

Os valentões que invadiram o clube podem ter pelo menos uma certeza: se o São Paulo vier a cair, o que é improvável, mas que passa a ser real preocupação, eles terão tudo a ver com isso, porque a hora é de apoiar, jamais de amedrontar os jogadores.


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