Folha de S. Paulo


Depois da Olimpíada, Campeonato Brasileiro volta ao centro das atenções

O Brasileirão volta ao centro das atenções depois da Rio-16 e de uma primeira rodada dos mata-matas finais da Copa do Brasil com pelo menos uma zebra, típica do torneio, entre o campeão de 1999, o Juventude, e quem jamais o venceu, o São Paulo.

A zebra, no caso, é novamente o time gaúcho, da Série C, capaz de derrotar o Tricolor no Morumbi.

O jogão de hoje de seis pontos não será, certamente, o entre o São Paulo, novamente em casa, e o Coritiba, embora apenas dois pontos os separem no lado de baixo da tábua de classificação.

O jogão referido lá em cima será em Porto Alegre, onde o Grêmio receberá o vice-líder Galo.

O Tricolor gaúcho, em sexto lugar, com 35 pontos e um jogo a menos, contra o Alvinegro mineiro, com 38, na vice-liderança.

Ambos com o que têm, mas o time dos pampas mais forte com as voltas dos campeões olímpicos Walace e Luan, embora sem o suspenso zagueiro Geromel, e o time das Minas Gerais sem Rafael Carioca, justamente convocado por Tite, que não foi justo com Luan, melhor que os dois Gabriéis na campanha do ouro inédito.

Trata-se de jogo literalmente imperdível para ambos os times e para quem gosta de futebol, além de servir como revanche ao Galo, impiedosamente derrotado no primeiro turno, no Mineirão, por 3 a 0.

Já o líder Palmeiras, também com seu campeão Gabriel Jesus de volta antes de embarcar para o Manchester City, irá ao campo neutro do Mané Garrincha enfrentar o Fluminense em ascensão, melhor defesa do campeonato, a carioca, contra o melhor ataque.

Liderança em risco e na torcida por um empate na Arena Grêmio.

Vida relativamente tranqüila hoje só para o Santos, que recebe o Figueirense pela manhã, à espreita de voltar à vice-liderança.

Enfim, acabou-se a concorrência que relevou o principal campeonato do país a posto secundário durante os Jogos Olímpicos.

ESCADINHA É NOSSO REI

A Olimpíada dos reis Usain Bolt e Michael Phelps, em seu derradeiro dia, revelou um terceiro imperador: Serginho, o nosso Escadinha, comoveu todo mundo no Maracanãzinho, bicampeão olímpico, duas vezes prata, eleito o jogador mais valioso do torneio de vôlei.

Ser rei em esportes individuais não é nada fácil, em esporte coletivo é ainda mais difícil.

Escadinha foi.

Foi porque entregou seu infinito talento a um sexteto que fez do coração seu maior trunfo -e ninguém tem ou teve na fenomenal história do vôlei brasileiro mais coração que Escadinha.

Aos 40 anos, baixinho de 1,84m entre gigantes, depois de ter abandonado a seleção em 2012 com a prata em Londres e voltado, após quase três anos, a pedido de Bernardinho -novo acerto brilhante do treinador.

O paranaense, não por acaso de Diamante do Norte, considerado internacionalmente o melhor líbero de todos os tempos, posição criada em 1998, excedeu em todos os sentidos.

O líbero não pode sacar, não pode bloquear, não pode nem levantar na zona de ataque, só pode fazer todo o resto, ou seja, receber e defender e defender e receber, com uniforme diferente dos demais.

Diferente dos demais. Demais!

"Ei, ei, ei, Escadinha é o nosso rei", exultava o Maracanãzinho.

Chorei.


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