Folha de S. Paulo


Verdão amplia vantagem

Jeferson Guareze/Agif/Folhapress
Jogadores do Palmeiras comemoram o gol contra o Inter
Jogadores do Palmeiras comemoram o gol contra o Inter

Ao Palmeiras bastou jogar bem o primeiro tempo para derrotar o Inter, em Porto Alegre, com um solitário e esperto gol de Erik, no décimo minuto do clássico, ao se antecipar ao zagueiro colorado: 1 a 0.

Ainda nos 45 minutos iniciais o Verdão poderia ter ampliado duas vezes, com Gabriel Jesus e Róger Guedes.

Depois, na etapa final, soube segurar a pressão gaúcha sem correr grandes riscos para obter uma vitória que não vinha desde 1997 no Beira-Rio.

Jogou com a autoridade de quem lidera e ainda ampliou de um para três pontos a vantagem para o rival Corinthians, vice do campeonato, e de dois para cinco pontos sobre o Grêmio, o terceiro colocado, que foi batido pelo Sport no Recife.

O Majestoso que se apresentava desigual pelas circunstâncias de Corinthians e São Paulo acabou por ser muito igual, equilibrado e até com o Tricolor melhor no segundo tempo, quando era de se esperar que padecesse fisicamente, dado o esforço feito em Medellín, no meio da semana.

O peruano Cueva fez bela partida até abrir o placar, em pênalti claro que sofreu de Yago. Parece mentira que tenha levado um cartão amarelo porque pôs a mão na orelha ao comemorar.

A comemoração durou apenas sete minutos, porque, aos 21, Bruno Henrique achou um gol de cabeça no desvio da zaga são-paulina.

Embora Cássio não tenha feito nenhuma defesa, ao contrário de Denis que fez duas grandes, o Tricolor esteve mais perto de vencer.

COMPLEXO OU SÍNDROME?

Que fique bem claro: a Olimpíada brasileira tinha que ser, como será, no Rio, como dito aqui dezenas de vezes.

Dito isso, redundemos: torcer contra seu sucesso é tão mau jornalismo como esconder suas mazelas.

Não foi o prefeito de Maricá quem disse que a segurança no Rio é horrível, que a Olimpíada foi uma oportunidade perdida e que a cidade não é Londres ou Nova York.

Do complexo de vira-latas sofre quem esconde a sujeira embaixo do tapete, fecha os olhos para o superfaturamento das obras, é complacente com a corrupção em nome do desejo, compartilhado por todos nós, de que tudo dê certo.

Ou será síndrome de cadela no cio?

O fato é claro: a Rio-16 está cercada de mais temores que a Copa do Mundo na África do Sul.

Lá, sabia-se, que havia o perigo de cartões de crédito serem clonados a granel. E foram.

Táxis jamais deveriam ser pegos na rua, porque haveria risco de o motorista ser assaltante.

Jamil Chade, de "O Estado de S. Paulo", pegou um no estádio de Pretoria e ficou sem tostão, sob faca.

Dois jornalistas desta Folha tiveram, em Joanesburgo, que não estava sob calamidade pública, seus cofres violados no hotel credenciado pela Fifa (sim, é claro, pela Fifa...!) e alguns milhares de dólares furtados por funcionários do estabelecimento, embora, menos mal, tenham sido reembolsados rapidamente.

Mas tiroteio como o de anteontem na Linha Vermelha, passagem obrigatória entre o aeroporto do Galeão e a Vila Olímpica, não houve nenhum 20 dias antes de a Copa começar. Nem durante.

O terrorismo são outros 500.

Que nem Munique, Nova York, Orlando, Londres, Paris, Bagdá, Nice, Madrid ou Istambul conseguem lidar.

Vira-latas ou cadelas no cio?


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