Folha de S. Paulo


Presentes de grego no San-São

SANTOS E SÃO PAULO queriam fazer um clássico da paz. Até chegaram no mesmo ônibus ao Pacaembu, mas a autoridades paulistas impediram que o estádio recebesse as duas torcidas, incompetentes que são para controlar a minoria violenta.

A reação dos que deveriam proporcionar segurança, mas apenas despertam medo na população pacífica, funcionou como um presente de grego às boas intenções das direções dos dois clubes.

Assim, só com santistas nas arquibancadas, os ausentes são-paulinos ganharam mais três presentes de grego na etapa inicial, dominada pelo Santos.

De Edgardo Bauza receberam o primeiro, com a retirada, por precaução, de Paulo Henrique Ganso do clássico, bem ele que era a cereja do bolo tricolor.

Tudo pela Libertadores.

Os segundo e terceiro presentes vieram do goleiro Denis e do ídolo Diego Lugano.

O jogo nem bem tinha começado e Denis falhou tristemente, com mão de alface, em chute de Thiago Maia entre ele e a trave cujo rebote foi aproveitado por Vitor Bueno, para abrir o placar.

Depois, o zagueiro uruguaio não teve pernas para evitar que um cruzamento da direita chegasse a Rodrigão para ampliar para 2 a 0.

O segundo tempo foi disputado apenas para constar, porque obrigatório, numa rodada alvinegra paulista. O Santos, em terceiro lugar e o Corinthians, em quarto, se deram bem com a decepcionante atuação, e consequente derrota, do Palmeiras para o Cruzeiro, além das derrotas da dupla Gre-Nal e do Flamengo.

Verdade que o Pacaembu ainda viu um chapéu de antologia de Lucas Lima, além de seu golaço de falta, no fim: 3 a 0.

O Brasileirão segue sendo uma enorme incógnita, tal o equilíbrio entre os candidatos e as surpresas que se sucedem.

O Palmeiras perder no Mineirão faz parte, mas o Inter perder para o Botafogo, no Beira-Rio, numa rodada em que poderia tomar a liderança, não estava previsto em lugar algum, nem mesmo em General Severiano.

O DRAMA DE MESSI

Lionel Messi, como Zico, como Sócrates, como Platini, até como Vidal, o melhor jogador em campo na decisão da Copa América Centenária, perdeu o pênalti que poria Argentina na frente e perto de sair de uma fila de 23 anos.

Ontem viu Higuaín perder mais um gol feito em decisões.

Mas a derrota será posta em sua conta porque o futebol é cruel.

A REVANCHE DA CBF

Não satisfeita com o êxodo de patrocinadores que a atingiu nos últimos tempos por causas dos escândalos que a envolvem, a CBF partiu para acioná-los na Justiça sob os mais diversos pretextos.

Já abandonaram a entidade marcas como Sadia, Gilette, Seara, Seguros Unimed e Michelin.

Não satisfeita, a CBF age para retaliar ex-patrocinadores e aciona na Justiça tanto a Sadia quanto a Gillete e a Seara.

A Sadia, por exemplo, do Grupo BRF, patrocina a Olimpíada e em sua campanha "Meu Mascote da Sorte" mostra uma camisa verde a amarela do futebol brasileiro, mas a CBF quer proibir.

Só que, na Olimpíada, a seleção não usa o escudo da CBF, mas a bandeira do Brasil no peito.

O que decidirá a Justiça?

E o que dirão os atuais e futuros patrocinadores da CBF? Deixar de patrociná-la será provocar ações judiciais?


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