Folha de S. Paulo


Palmeiras mostra firmeza

O PALMEIRENSE andava desconfiado porque seu time acertava uma no cravo e a outra na ferradura, principalmente quando saía de casa.

Enfrentar o Flamengo no Mané Garrincha tomado por mais de 54 mil torcedores, rubro-negros na maioria, seria ótimo teste depois da revigorante vitória no meio da semana contra o Grêmio, num segundo tempo sensacional.

Pois o Palmeiras mostrou força.

Dominou o Flamengo na primeira parte do jogo, mesmo depois que sofreu o empate e deu a sensação de que voltaria para liquidar a partida nos 45 minutos finais.

Para preocupação na torcida verde, porém, quem mandou no reinício do embate foi o Flamengo.

Cuca, então, mexeu, pôs Luan no jogo, depois Cleiton Xavier, e o domínio mudou de lado, a ponto de o 2 a 1 sair num pênalti escandaloso marcado logo após ter acontecido outro tão evidente como e ignorado pelo assoprador de apito.

O começo irregular no segundo tempo virou autoridade para vencer o clássico. E pensar no Dérbi no domingo.

DEU ESPERANÇA

Parecia que o Corinthians poderia jogar a noite inteira e não faria um gol no Coritiba.

Pois em cinco minutos fez dois, entre o 44º e o 49º, virou o jogo e deu a Tite a alegria de premiar a ousadia de tirar primeiramente um volante e, depois, um zagueiro, para guiar seu time à vitória.

O corintiano está esperançoso de que sete, o heptacampeonato, pode não ser conta de mentiroso.

DEU SAUDADE

Quem já acompanhava de perto o futebol na década dos 60 do século 20 não pode ver um Santos x Botafogo sem lembrar que este foi, e durante um bom tempo, o melhor clássico do futebol brasileiro, sem exagero, do futebol mundial, como Barcelona x Real Madrid.

De um lado, Coutinho, Pelé e Pepe. Do outro Garrincha, Didi e Amarildo. Para não falar de Zito ou de Nílton Santos.

Mesmo quem, então, não acompanhou, sabe.

E, afinal, nos anos 90, o Santos de Giovanni e o Botafogo de Túlio decidiram um título brasileiro, embora quem tenha decidido mesmo, para os cariocas, tenha sido um certo assoprador de apito chamado Márcio Rezende de Freitas.

Claro, nada que se comparasse aos timaços de 30 anos antes, nem de longe.

Quem viu a vitória santista de ontem por 3 a 0, no Pacaembu, palco de jogos memoráveis entre ambos, viu um placar, ou uma diferença de gols, habitual a favor dos paulistas também naqueles tempos, e mesmo até no Maracanã, matou um pouco a saudade dos velhos tempos no golaço de Vitor Bueno, com direito a chapéu no goleiro carioca.

Mas deu dó do Botafogo, com cara de quem voltará à Série B.

EMOCIONOU

Ver Djoko fazer o coração de Guga no saibro de Roland Garros não tem preço. Só lágrimas.

DOEU

Muhammad Ali fez do boxe uma dança.

Um balé antes de qualquer outra coisa, o meio que achou para ser muito mais do que um pugilista, lutador que era pelas melhores causas.

O cara que chegou a perder, para reconquistar depois, tudo que havia vencido de luvas porque recusou empunhar a metralhadora na infame guerra do Vietnã.

O trio sagrado está desfalcado pois falta um na Santíssima Trindade formada por Pelé, Michael Jordan e ele.

Que venceu a maior das lutas: a da imortalidade.


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