Folha de S. Paulo


Derreteram o Trio de Ferro

FUTEBOL É o que é porque capaz de surpreender e não se falará aqui do Leicester.

Comecemos pelo sábado, em Campinas.

Depois de uma estreia categórica do Palmeiras, eis que o time de Cuca, tão cioso de sua defesa, falhou demais e viu a Ponte Preta derrotá-lo com inteira justiça.

Poderão os palmeirenses reclamar de um gol mal anulado de Gabriel Jesus e reclamarão com razão, mas a reclamação maior deve mesmo ser dirigida ao seu sistema defensivo.

A Ponte tem é de festejar, único paulista invicto depois de duas rodadas em que ninguém venceu duas vezes, o que dá a medida do equilíbrio que deverá marcar este Brasileirão.

No domingo pela manhã, o Santos deu outra prova do que é capaz o futebol.

Foi dominado pelo Coritiba no primeiro tempo na Vila Belmiro, tomou 1 a 0 e mereceu tomar mais, embora tenha feito um gol legal também mal anulado por impedimento inexistente do Gabigol.

Pois não é que o time voltou no segundo tempo sem o irreconhecível Lucas Lima, apertou o time paranaense até o 51º minuto e virou um jogo que parecia perdido?

Aqui acaba a saga feliz de dois paulistas e segue a infeliz começada pelo Palmeiras e encerrada pelos seus dois rivais do Trio de Ferro, Corinthians e São Paulo.

O Tricolor, esfalfado pelo jogo contra o Galo pela Libertadores, tomou um gol do Inter no primeiro tempo e foi à luta como deu em busca do empate que só veio quando faltavam três minutos para o jogo terminar.

Quando veio, não poderia ter vindo de melhor cabeça do que a de Diego Lugano, ídolo, símbolo da garra são-paulina.

Era o chamado empate com gosto de vitória, desses de deixar o torcedor satisfeito.

Até a vitória ainda seria possível, porque o Colorado gaúcho estava reduzido a dez jogadores.

Talvez por isso mesmo, no afã da virada, a defesa bobeou e, no contra-ataque, Eduardo Sasha fez o gol da vitória, o segundo também dele, do campeão gaúcho.

Um balde de água gelada.

Como em Salvador, no Corinthians.

O Alvinegro fez seu melhor primeiro tempo nesta temporada, com Guilherme, enfim, capaz de jogar o que se espera dele e mesmo com Elias com a cabeça ou na seleção brasileira ou na China.

Quando o intervalo chegou, o Corinthians ganhava por 2 a 1 e era pouco.

Porque havia feito por marcar, no mínimo, mais dois gols, um desperdiçado por preciosismo de Marquinhos Gabriel, outro por ruindade de André, além de um chute mal dado por Fagner, descontado o fato de ele não ser atacante.

Mesmo assim, os dois gols corintianos vieram dos laterais, Uendel e Fagner.

Se o primeiro tempo do campeão brasileiro foi muito bom, o segundo outra vez mostrou que um jogo de futebol só acaba quando termina.

O Vitória tomou conta do gramado do Barradão e virou o jogo sem maior dificuldade diante de um adversário que não era nem sombra do que havia sido nos 45 minutos iniciais.

Daí, Tite apelou.

Rapidamente pôs em campo Marlone, Romero e Luciano –e não é que os três, em seus primeiros lances, cada um por si, é claro, tiveram nas cabeças ou nos pés a chance clara do empate e não aproveitaram?

Resultado?

O Trio de Ferro olha para seus vértices e... chora.


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