Folha de S. Paulo


Trio de ferro: começo promissor

Sem pompa nem circunstância, mas com inovações chinfrins como o tal hino que macaqueia a Uefa, começou o Brasileirão.

A festa da torcida segue esterilizada por iniciativas como a de exigir que os times entrem juntos em campo, o que evita a tradicional recepção barulhenta do time da casa e, em São Paulo, com a proibição das bandeiras que embelezam o espetáculo pelo Brasil, e pelo mundo, afora.

Palmeirenses, são-paulinos e corintianos têm por que comemorar.

Os campeões paulistas do Santos, não, derrotados pelos reservas do Galo, num jogo em que as ausências de Lucas Lima e Ricardo Oliveira deram uma ideia da falta que farão para servir a seleção.

Os alviverdes, ao contrário, festejam a goleada sobre o Furacão com a auspiciosa volta de Cleiton Xavier, autor de três passes para os quatro gols que liquidaram o campeão paranaense.

Um Palmeiras que aproveitou bem o tempo que teve para se preparar e que ainda deu show a partir do momento em que o campeão paranaense ficou com dez jogadores.

Cuca começa a cumprir sua promessa de ser campeão.

Já o São Paulo, com seu time reserva, aproveitou a falha do goleiro do Botafogo, Helton Leite no lugar do titular Jefferson, machucado, e a ruindade do inofensivo ataque carioca, incapaz de fazer gol até mesmo na defesa de suplentes tricolores.

Bauza fez tudo certo ao poupar o time para o grande embate do meio de semana no Horto.

Finalmente, os corintianos.

Diante do adversário mais forte enfrentado pelos grandes paulistas, o bom time do Grêmio, o Alvinegro teve paciência para tentar uma vitória com cara de empate em todo o jogo e que poderia perfeitamente ter terminado com o triunfo gaúcho.

Se o Santos perdeu, fora de casa, um jogo de seis pontos, o Corinthians, no seu campo, empatou.

As dificuldades foram tantas que, na batata, o Grêmio teve melhores chances de abrir o placar, coisa que o Corinthians até quase conseguiu, mas só no fim, quando pressionou os visitantes felizes com o empate.

O embate de dois times bem organizados mostrou um 0 a 0 daqueles bons de ver, apesar de ser claro que faltam jogadores talentosos, principalmente no time paulista que, lembremos, ao perder do mesmo Grêmio, em 2015, em Porto Alegre, e por 3 a 1, mostrou que poderia ter futuro.

Pois teve, "bateu campeão", como diz Tite. Dos que começaram o jogo ontem, só três jogaram naquela derrota: Fagner, Bruno Henrique e Romero.

NOVA FIFA

Enquanto a "nova CBF" é tão velha como a equipe ministerial de Michel Temer, a Fifa dá um passo ousado ao contratar a senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura para ser a secretária-geral no lugar do notório Jérôme Valcke.

Africana, negra, mulher, currículo acima de qualquer suspeita, dona Samba tem tudo para dar certo, embora, ou talvez por isso mesmo, não seja do mundo do futebol.

Afinal, o secretário menor da CBF também não é e não passa de um tiro no pé.

Aliás, viaja Marco Polo, viaja!

VELHO PADRÃO

Exceção feita a Pelé, todos os ministros do Esporte brasileiros têm algo em comum: nada têm a ver com esporte.

No país da Olimpíada!


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