Folha de S. Paulo


São Paulo salva a pátria

Neste domingo (1º) tem Audax e Santos e expectativa de ótimo futebol.

Decisão entre dois times carinhosos no trato da bola, com dois técnicos que cultuam o espetáculo.

O que vai dar ninguém sabe, mas a esperança de jogo bonito está respaldada pelas duas partidas das semifinais, quando os dois 2 a 2 entre Corinthians e Audax e Santos e Palmeiras não fraudaram os que foram aos estádios ou viram na TV.

Bem diferente do que aconteceu nas três participações brasileiras pela rodada de ida das oitavas de final da Libertadores na noite de quarta-feira.

Um show de horrores, com menor responsabilidade do Galo que ao menos criou duas chances de gol contra o Racing, em Buenos Aires, e se dispôs a jogar.

Não que o Grêmio tenha se negado a jogar em sua casa na derrota por 1 a 0 para o Rosario Central. Bem que tentou, mas sem conseguir durante todo o tempo, encaixotado pelo time argentino que até fez por merecer mais um gol.

Difícil imaginar o tricolor gaúcho vivo depois do jogo de volta, em Rosario.

O Corinthians completou a noite mal assombrada.

Jogou pedrinhas em Montevidéu e teve a sorte de encontrar no Nacional um adversário apenas lutador, mas carente de talento para derrotá-lo.

O 0 a 0 serviu também como avaliação do embate, numa noite em que nem a defesa corintiana se saiu bem, como se estivesse em câmera lenta, sempre um "frame" atrasada. O ataque, então, simplesmente inexistiu a ponto de ninguém nem saber o nome do goleiro uruguaio, que por sinal se chama Conde. Para honrar a fidalguia, ele não trabalhou.

Restou, quem diria?, o São Paulo na quinta-feira.

Dizem que de onde nada se espera não sai nada mesmo. Pois aconteceu exatamente o inverso.

O Tricolor fez um partidaço.

Repetiu, com requintes de crueldade, a exibição contra o River Plate, no mesmo Morumbi diante de mais de 50 mil torcedores. Massacrou o mexicano Toluca, sem dó nem piedade, ao golear por 4 a 0 depois de criar para marcar o dobro e praticamente assegurou sua vaga nas quartas de final, contra Galo ou Racing.

O Toluca, líder do chamado grupo da morte nesta Libertadores, estava desfalcado de seus laterais, de seus meias e de sua dupla de ataque, assim como o São Paulo não tinha seu artilheiro Calleri.

Dizer que as ausências não fizeram falta para os mexicanos é um absurdo, embora Centurión não tenha deixado saudades do conterrâneo Calleri.

Mas se a altitude de 2.660 metros de Toluca seria um problema para os brasileiros no jogo de volta, ainda bem que os desfalques apareceram para contrabalançar ao nível do mar, porque agora só uma catástrofe reverterá a goleada.

Fez bem ao São Paulo cair fora do Paulistinha e fará ainda melhor para ter saúde no México depois da tortura na Bolívia.

Ao Grêmio, ter saído do Gauchinho pode ajudar, mas dificilmente o suficiente para virar o resultado contra o bom time do Rosario Central.

Já o mínimo que se exige do Corinthians é o aproveitamento da mesma folga para treinar e jogar satisfatoriamente, na condição de favorito, contra o Nacional.

E o Galo, que tem decisão hoje com o América?

Poupará para pegar o Racing?

Se tiver juízo, sim. Se não...


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