Folha de S. Paulo


De cinco, ficaram quatro

Éramos cinco, ficamos quatro.

O Palmeiras caiu fora precocemente, ainda na fase de grupos, ao ceder sua vaga para equipes de investimento infinitamente inferior, o uruguaio Nacional e o argentino Rosario Central.

Corinthians, Galo, Grêmio e São Paulo permaneceram, mas apenas os dois alvinegros como primeiros de seus grupos.

O futebol argentino começou o torneio com seis representantes, segue com cinco, só o San Lorenzo caiu, e três deles, River Plate, Boca Juniors e Rosario Central como líderes em suas chaves, cabendo ao Racing, no grupo do Boca, e ao Huracán dois segundos lugares, como aos nossos tricolores.

Inegável a frustração causada pelos palmeirenses, embora não seja surpreendente que tenham ido tão mal.

Lembremos que o Palmeiras ganhou sua vaga ao ser campeão de uma Copa do Brasil em que só jogou bem a última e decisiva partida.

Além do mais, o nível atual do futebol brasileiro não é mesmo para ter maiores pretensões, tanto que no grupo verdadeiramente difícil, o do Grêmio, os gaúchos obtiveram apenas o segundo lugar.

Dramática mesmo foi a classificação do São Paulo, com todos os ingredientes que fazem do futebol um esporte maluco, com zagueiro indo jogar de goleiro e o diabo a quatro, num empate heroico na desumana altitude de La Paz.

Provavelmente o Santos, não tivesse perdido apaticamente a Copa do Brasil, teria sobrevivido à fase de grupos, mas esta é uma especulação como outra qualquer, baseada apenas no que tem apresentado o time comandado por Dorival Júnior, algo que poderemos tirar a limpo hoje mesmo, na Vila Belmiro, no novo embate entre praianos e alviverdes, pela semifinal do Paulistinha.

De tudo que se viu até agora no torneio continental, de encher os olhos mesmo só o Atlético Nacional, que tem apenas dois titulares da seleção colombiana, mas um time fisicamente forte, alto e que pressiona o adversário tanto dentro quanto fora de casa.

Curiosamente, a melhor exibição brasileira até aqui foi do São Paulo, quando derrotou o River Plate no Morumbi.

Claro que houve goleadas do Grêmio, do Galo, do próprio São Paulo, do Palmeiras e do Corinthians, mas, convenhamos, contra times fracos, fraquíssimos.

Agora chegou a hora dos mata-matas e não será fácil para ninguém.

O Nacional que ocupou o que se imaginava ser a vaga do Palmeiras, mas que o derrotou duas vezes, e , será o adversário do Corinthians, segundo jogo em Itaquera que, no ano passado, frustrou-se com a vitória do Guaraní paraguaio.

Tradição não falta ao clube uruguaio, tricampeão continental e mundial, nos anos de 1971, 1980 e 1988, quando, de fato, assustava, e atual campeão nacional.

O São Paulo, sem Denis, que não chega a ser um problema, mas sem Calleri, um problemaço, recebe o mexicano Toluca e volta a subir a montanha no jogo de volta, a 2.680 m de altitude, quase mil a menos que La Paz, mas, mesmo assim, nada desprezível. Provavelmente, por todas as circunstâncias, o Tricolor chegou ao seu limite.

Galo x Racing e Rosario Central x Grêmio: haja Brasil x Argentina para agitar o panorama do futebol continental.

Dois embates abertos.


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