Folha de S. Paulo


Santo Dérbi

ESTUDADO. ASSIM transcorreu o primeiro tempo do Dérbi, de poucas emoções e clara superioridade palmeirense.

O Verdão de Cuca encaixotou o Timão de Tite que abusou das faltas como não é habitual, errou passes acima de sua média e quase não jogou, a não ser numa bola chutada por Lucca.

O Palmeiras fez, com Gabriel Jesus, Cássio trabalhar uma vez e chegou a alugar o meio de campo corintiano ao exigir atenção permanente dos defensores alvinegros.

Jean, no lugar de Lucas, e Alecsandro, mais recuado como fez muitas vezes no Galo de Cuca, davam certo.

Jogos tão estudados têm seu charme, mas faltavam jogadores talentosos para resolver individualmente o que o coletivo não conseguia. O que aproximou o clássico da chatice.

Quem precisava vencer era o Palmeiras num grupo indefinido e a maior mudança para o segundo tempo foi a do lado de Lucca, que trocou a esquerda pela direita no ataque alvinegro.

Depois, ainda antes do 10º minuto, Elias deu lugar a Maycon, no exato momento em que Cássio fez milagre para evitar o gol de Alecsandro, na pequena área. Só dava Palmeiras!

Aos 12, saiu Guilherme e entrou Romero enquanto Fernando Prass era o chamado espectador privilegiado do Dérbi.

Cuca também mexeu ao tirar Robinho e pôr Dudu.

Um gol parecia tão difícil como achar água no deserto.

O palmeirense tinha mais motivos para estar feliz por ver o claro progresso de seu time, até que Thiago Martins fez um pênalti infantil em Giovanni Augusto, que Lucca bateu para São Fernando Prass defender mais uma vez. Nada mais justo.

No minuto seguinte, aos 30, Dudu fez 1 a 0 de cabeça.

Seguia justíssimo e o Dérbi virou o que Palmeiras precisava.

Cuca é candidato a cucanização.

MORTE

O Pacaembu não lotou como, em regra, os clássicos não lotam, por medo. Apenas 21 mil pagantes.

As autoridades se jactam de ter diminuído drasticamente a violência nos estádios, o que é verdade.

Esquecem que para chegar no estádio é preciso ir ao estádio.

E aí, nas estações de metrô, confrontos têm acontecido, a ponto de matar um cidadão que nada tinha a ver com as rixas entre torcedores.

Na Inglaterra, os transportes públicos tinham vigilância permanente para desestimular as brigas, com um policial que fosse, apenas para mostrar a presença do Estado.

CEGUEIRA

Marcelo e Casemiro foram dois dos melhores em campo na virada do Real Madrid sobre o Barcelona no Camp Nou magnífico em homenagem a Johan Cruyff, com 99 mil torcedores.

Mas Dunga prefere Filipe Luís, Fernandinho e Luiz Gustavo.

Fazer o quê?

EDITORIAIS

Esta Folha clama por eleições em 90 dias com renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer.

Tostão pede a saída de Dunga.

Tão óbvio, mas tão óbvio, que parecem utopia.

DESCULPAS

Imagine o árbitro paraguaio Carlos Amarilla pedir desculpas agora aos corintianos pelos erros que cometeu a favor do Boca Juniors.

Não é diferente do que fez o juiz paranaense Sergio Moro ao se desculpar ao STF pelo vazamento indevido de conversas sob responsabilidade dele.

A pasta de dente depois de espremida não volta ao tubo.

Alguns malfeitos não são corrigíveis, como, aliás, o PT bem sabe, ou deveria saber.


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