Folha de S. Paulo


Timão bem. Tricolor mal

Numa tarde em que o torcedor brasileiro pôde ver um jogo inesquecível entre Bayern de Munique e Juventus, o pobre são-paulino amargou, à noite, mais uma exibição abaixo da crítica de seu time na Venezuela.

O Trujillanos não é de nada, tanto que levou uma goleada de 4 a 0, em casa, do River Plate.

O São Paulo ficou no empate em um gol e embora tenha perdido um pênalti batido por Ganso, também autor do gol, esteve perto de perder não fosse o egoísmo de um jogador venezuelano no minuto final de um jogo que não foi ruim, mais que isso, foi péssimo.

Em penúltimo lugar no grupo no fim do turno, a situação do Tricolor beira o desespero, principalmente porque o time não dá esperança, quando parece que vai, não vai.

Já o Corinthians foi.

Foi bem contra o Cerro Porteño, em sua melhor atuação nesta temporada.

Não que o time paraguaio seja uma maravilha, longe disso.

O Corinthians, aliás, fez em sua casa o que teve chance de fazer e não fez em Assunção.

Saiu na frente, com Lucca, seguiu em busca de mais gols, com absoluto domínio da partida e sem deixar o adversário jogar, ampliou no começo do segundo em gol contra outra vez atribuído a Lucca, carimbou duas vezes as traves e apresentou momentos agradáveis para seu torcedor, quase 43 mil, que não sofreu e se divertiu.

Nenhuma comparação com os 4 a 2, na prorrogação, do Bayern Munique sobre a Juve, de virada.

Também seria uma covardia.

BAIXO ASTRAL

Depois de ver o herdeiro Marco Polo Del Nero Filho ser o menos votado e não se eleger conselheiro vitalício do seu Palmeiras, eis que o presidente licenciado da CBF teve o anúncio antecipado de que será devidamente guilhotinado ao saber que a Fifa lhe cobra na Justiça dos Estados Unidos a bagatela de US$ 1,67 milhão. Aviso mais claro que os tempos dele de cartola acabaram é impossível.

Resta torcer, para melhorar um pouco o astral dele, que o Palmeiras se dê bem nesta noite contra o Nacional, em Montevidéu.

Não que ele mereça, mas a torcida alviverde sim.

Cuca também.

CORONEL NA CPI

O coronel Nunes, protegido pela bancada da CBF, saiu todo pimpão da sessão de ontem da CPI do Futebol no Senado.

Não respondeu ao presidente da comissão e matou no peito as bolas levantadas pelo relator Romero Jucá.

Dizem os bem informados que a alegria dele não durará muito, porque há munição acumulada para que o senador Romário vire o jogo.

DO ALÉM

Pagão escreveu à coluna.

Para corrigi-la.

Informou que Nilton Santos era só Santos até que apareceu Djalma Santos na seleção, nos anos 1950.

De fato.

E é uma honra para o colunista ter sido observado por Pagão.

Não pergunte, por favor, quem é ou quem foi Pagão.

Sim, porque ele foi e é.

Fica uma dica: formou o "Trio dos Pês" -Pagão, Pelé e Pepe.

Para muitos, para o modesto Coutinho, inclusive, ainda melhor que Coutinho, Pelé e Pepe.

Pesquise.

Depois, escreva para a coluna, por favor, e diga o que você achou.

Outra dica e basta: um dos melhores compositores do Brasil um dia disse que gostaria de ter sido ele.

Até se assina como Pagão, às vezes.


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