Folha de S. Paulo


Lucas Lima dá show na Vila

DO GOLEIRO Vanderlei para Renato na intermediária santista, dele para Lucas Lima na intermediária corintiana, o passe na medida para Serginho, o chute para defesa parcial de Cássio e o rebote nos pés de Ricardo Oliveira para abrir o placar na cidadela inexpugnável da Vila Belmiro.

O Corinthians com dois volantes de marcação como Willians e Bruno Henrique era superado e perdia sua invencibilidade diante de um meio de campo com um volante habilidoso como Renato e um meia talentosíssimo como Lucas Lima.

Eram decorridos apenas 8 minutos de jogo, o Santos já havia batido três escanteios e mandava no clássico sem cerimônia.

Aliás, como faz o Barcelona, o Santos tem preferido não cruzar na área e valorizar a posse de bola nas cobranças de escanteio.

Para sorte dos visitantes, e azar dos amantes do bom futebol, os anfitriões ficaram felizes com a vantagem e se limitaram a manter o controle da partida, praticamente sem correr riscos.

Sem seis titulares, o alvinegro da capital nem sequer fazia faltas, nenhuma nos 45 minutos iniciais, o que é elogiável. Também não chutou no gol, o que é deplorável.

Lucas Lima, "uomo squadra", pintava e bordava quando o segundo tempo começou. E quando continuou.

Verdade seja dita, ao menos um calor o Corinthians conseguiu impor ao jogo, mais na vontade que na técnica, e até ameaçava empatar.

Surpreendente era a liberdade concedida a Lucas Lima, que parecia dois, Lucas e Lima, tantos eram os espaços em que aparecia.

Menos mal que Ricardo Oliveira presenteou o torcedor com um belo gol, depois de enfiar entre as pernas de Yago e fazer 2 a 0 de cavadinha.

Os campeonatos estaduais vão sobrevivendo dos clássicos, embora sem o cuidado de não agendá-los antes de jogos pela Libertadores.

HUMOR

De um eleitor de Lula, e palmeirense, fazendo graça: "No sábado São Bernardo deu a virada para cima do time da elite do São Paulo. E por 3 a 1, 13 ao contrário".

É. Talvez.

LINHAS TORTAS

Dunga deu sorte. Kaká se machucou e ele chamou Roberto Firmino.

A única explicação para insistir com o veterano ex-são-paulino está no bem que pode fazer ao ambiente do grupo. Convenhamos que com a aridez de talentos vivida pela seleção se dar a tal luxo cheira a desperdício.

ALELUIA!

O fato de a International Board, enfim, admitir que se use de meios eletrônicos para dirimir lances decisivos, embora tardia, e bote tardia nisso, significa o passo de modernização que o futebol precisava dar para ficar contemporâneo ao futebol americano, ao basquete, ao vôlei, ao tênis etc.

Tantas injustiças poderiam ter sido evitadas se a medida já tivesse sido adotada anos atrás.

Dá até pena pensar...

Mas, diz a sabedoria popular, antes tarde do que nunca.

As arbitragens passarão a ter como aliados os meios que as transformaram covardemente em bandidas porque sabe-se, e a ciência prova, que é impossível ao olhar humano concorrer com o eletrônico.

E não tema por perda de tempo ou quebra de ritmo na emoção do jogo.

Perde-se muito mais tempo hoje em dia com reclamações do que se perderá com as soluções.


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