Folha de S. Paulo


Uma rodada brasileira

A SEGUNDA rodada da Libertadores melhorou o astral da participação brasileira no torneio continental.

Se na primeira apenas um clube nacional jogou como mandante, o São Paulo, e perdeu miseravelmente para os bolivianos de The Strongest, agora, com quatro jogos no país, o 100% de aproveitamento dá um alento, muito embora apenas a goleada do Grêmio sobre os equatorianos da LDU tenha satisfeito os paladares mais exigentes.

De fato, na base do dois vira, quatro acaba, o tricolor gaúcho teve atuação mais que convincente e diminuiu a má impressão deixada em sua estreia em gramados mexicanos, quando foi derrotado pelo Toluca com dez jogadores desde o primeiro tempo.

Ao contrário, o Galo estreou bem em Lima e jogou sofrivelmente em Belo Horizonte ao derrotar os também equatorianos do Independiente del Valle pela contagem mínima e sob surpreendente sufoco no Horto.

Já o Corinthians, que havia achado, em sua primeira apresentação, uma vitória nos acréscimos sob as duras condições do deserto chileno sobre o Cobresal, voltou a sofrer em casa para obter nova vitória por 1 a 0 contra o colombiano Independiente Santa Fe, prenúncio de mais dureza na altitude de Bogotá no jogo de volta.

Tite vai tirando leite de pedra e a questão está em saber até quando, algo que o clássico de hoje contra o Santos, mas pelo Paulistinha, na Vila Belmiro, pode responder, sem se falar do jogo, de novo pela Libertadores, contra o paraguaio Cerro Porteño, em Assunção, na próxima quarta-feira.

Finalmente, o Palmeiras.

Com a missão mais difícil na rodada que passou, o Alviverde, ainda em casa, obteve vitória fundamental contra o melhor time argentino no momento, o líder invicto do campeonato local, Rosario Central.

O 2 a 0 no entanto não revelou o que foi o jogo, muito bem começado na primeira metade, quando fez 1 a 0 e só não ampliou porque teve contra si a marcação de um impedimento absurdo.

Mas foi simplesmente massacrado no segundo tempo e mais uma vez teve no goleiro Fernando Prass o salvador da pátria. Ele que pôs o Palmeiras na Libertadores ao ser o herói do time na final contra o Santos, mais uma vez pegou até pênalti, além de pelo menos ter feito mais três defesas portentosas.

O segundo gol nos acréscimos não escondeu a preocupante atuação palmeirense nos 45 minutos finais, incapaz de prender a bola, com erros sucessivos e alarmantes de passes fáceis e a consequente exposição de uma defesa que, felizmente, tem um último homem impressionante. Custa a crer que não esteja na seleção de Dunga, mais uma vez convocada sem comover o torcedor.

Por paus ou por pedras, para quem iniciou a competição incapaz de vencer, mesmo fora de casa, o fiel da balança uruguaio River Plate, o novo empate do time guarani, e como visitante, contra os conterrâneos do Nacional, permitiu ao Palmeiras assumir a liderança do grupo e respirar aliviado.

RESTA O SÃO PAULO

Humilhado pelo The Strongest, no meio da semana terá a chance de se redimir caso bata o verdadeiro River Plate no Monumental de Nuñes, em Buenos Aires.

Se conseguir, será um triunfo monumental de Bauza.


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