Folha de S. Paulo


A verdadeira espanholização

O sábado ainda foi dedicado ao Paulistinha. Afinal, Ponte Preta e São Paulo prometiam, ao menos, uma disputa interessante entre dois times da Série A brasileira.

Mas a chuva e o gramado encharcado diminuíram a possibilidade de bom espetáculo e uma falha de Lugano, ao não cortar cruzamento da direita, permitiu ao time campineiro, em casa, fazer o gol solitário que significou novo tropeço deste decepcionante tricolor.

A seguir, houve o jogo do Corinthians, em seu palácio de mármore de teto caído, contra o frágil Oeste, cuja única credencial é ser o melhor time de Itápolis.

Esperava-se, no mínimo, uma goleada. Afinal, os donos da casa vinham de dois empates arrancados a duras penas, mas até com futebol razoável.

Tratava-se pois de manter a invencibilidade e agradar a torcida que não nega presença.

Tanto que quase 30 mil fiéis deram o ar de sua graça. E sofreram com um futebol sofrível e uma vitória magra, magérrima, já nos acréscimos porque a sorte tem ajudado a perseverança.

A insistência que, por sinal, tem permitido ao simpático time do Leicester manter a liderança na Inglaterra, garantida também por um gol no fim contra o Norwich City, ainda no sábado.

Altos e baixos são normais em começo de temporada, mas os baixos prevalecem por aqui.

O domingo começou auspicioso pela manhã brasileira, com dois jogos de tirar o fôlego pelo Inglês, a vitória do Manchester United sobre o Arsenal por 3 a 2 e a virada do Tottenham sobre o Swansea City, num 2 a 1 espetacular.

Estádios lotados, gramados impecáveis, velocidade, busca incessante do gol, o de sempre pelos torneios europeus. Sempre os acompanhei, mas sempre dei mais importância ao que acontece por aqui, qual Fernando Pessoa, porque minha aldeia é mais bonita que a aldeia dos outros. Mas tem limite.

(Concomitantemente com os jogos ingleses, na rádio CBN, o especialista em marketing esportivo, Amir Somoggi, arrasou o secretário-menor da CBF, Walter Feldman, em debate que você pode ouvir em meu blog no UOL ).

À tarde, a dúvida: o Palmeiras que não ata nem desata contra a Ferroviária, tão bem dirigida pelo português Sérgio Vieira, ou Barcelona x Sevilla?

Não que o Espanhol esteja palpitante como o Inglês porque tudo indica que o excepcional time catalão será mais uma vez campeão.

Mas como deixar de ver o trio MSN? Como trocar Messi, Suárez e Neymar por Robinho, Dudu e Alecsandro?

Ainda mais que não era um dia feliz para os brasileiros, com Fernandinho, Lucas e Philippe Coutinho desperdiçando seus pênaltis na decisão da Copa da Liga Inglesa, depois do 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, no incandescente estádio de Wembley, entre Manchester City e Liverpool.

Feliz mesmo foi o dia do goleiro argentino, e reserva do campeão City, Caballero, que pegou três dos quatro penais cobrados pelo rival.

O Camp Nou foi a opção, porque espanholização mesmo é isso, roubar do torcedor não palmeirense ou da Ferroviária, as atenções do colunista que, em tese, deveria escolher o que está mais perto.

O jogo? Excelente! Barça 2 a 1, de virada. O Palmeiras? Pfiu...


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