Corintianos e palmeirenses tiveram motivos de sobra para festejar nesta temporada.
Uns foram campeões brasileiros pela sexta vez e os outros foram campeões da Copa do Brasil pela terceira.
Os alvinegros terminam o ano, mesmo com a má notícia da perda de Jadson, confiantes sobre 2016, certos de que mais uma vez Tite saberá driblar as dificuldades, sejam quais forem.
Os alviverdes também sorriem, mas ainda desconfiados, porque o título arrancado do Santos não lhes dá a confiança que sobra nos rivais.
Já os são-paulinos, depois de mais um ano de absoluto jejum de títulos, têm ao menos uma pré-Libertadores pela frente e a esperança de que, livres do cartola que os assombrou, arranquem novos tempos do baú, mais especificamente de Edgardo Bauza.
Sobram os santistas, que comemoraram mais um estadual e, depois, ficaram a ver navios.
Seja como for, o futebol paulista reassumiu a hegemonia perdida para o mineiro nas duas temporadas anteriores ao ganhar os dois títulos nacionais mais importantes e tem três dos cinco representantes brasileiros no torneio continental.
Não é pouca coisa. Nem muita.
Porque do ponto de vista externo o ano foi de fiascos em cima de fiascos.
O futebol brasileiro viu pela TV os momentos culminantes tanto da Libertadores quanto da Copa Sul-Americana. Nenhum de nossos clubes nas finais.
Falar da seleção é chover no molhado.
Uma participação vexaminosa na Copa América e outra apenas sofrível nas Eliminatórias.
Jogar bem, então, nem pensar, salvo num ou noutro amistoso desimportante.
Nem por isso José Maria Marin e Marco Polo Del Nero deixaram de inscrever seus nomes na história da CBF, assim como Ricardo Teixeira já havia feito.
O primeiro foi Teixeira, que renunciou e escafedeu-se para Boca Raton.
O segundo, Marin, menos afortunado, conheceu um presídio na Suíça e hoje anda de tornozeleira eletrônica em Nova York, em prisão domiciliar.
O terceiro foi aquele que se licenciou da presidência e, a exemplo do primeiro, não pode mais sair do país porque a extradição vem para pegar.
Como Terezinha de Jesus, a cartolagem deu uma queda e foi ao chão e não há quem o acuda porque em vez de três cavalheiros três letrinhas, FBI, não só lhes nega a mão como querem ver as deles algemadas.
Jornalistas que nasceram nos anos 1940/50 não acreditavam que estariam vivos para ver o que estão vendo.
Um tsunami de proporções planetárias varreu a Fifa, a Conmebol, a Concaf, a Uefa e, aleluia, a CBF.
Caíram o rei do ouro, Joseph Blatter, o da prata, Michel Platini, o de pau, João Havelange, não ficou nada.
Nero ainda inventou um substituto imediato sem sobrenome, porque Fernando Sarney, mais escolado, negou-se a ser o interino (vai que o tsunami atinge também o Maranhão...), e outro permanente, o tal coronel Nunes que, reformado na PM e, supõe-se, habituado a tratar com bandidos, não vê corrupção no futebol e nem sabe o que é uma liga de clubes, como tem, candidamente, declarado.
O FBI foi o melhor gol de 2015.
Que 2016 seja o ano da reconstrução é o que deseja a coluna, em férias por 30 dias.