QUANDO UM time perde depois de uma longa séria invicta, como o Corinthians perdeu para o Inter na busca do 18º jogo sem derrota, é comum que caia.
Embora a derrota não tenha sido dramática, porque também o Galo perdera e a diferença de cinco pontos entre eles tenha se mantido, quem seca o alvinegro imaginou que em Porto Alegre pudesse começar a fase de baixa do líder do Brasileirão.
Quem viu a atuação corintiana contra o Santos tirou o cavalinho da chuva.
Não é que o Corinthians tenha jogado bem.
O Corinthians jogou muito bem, como um autêntico campeão, apesar das condições desumanas de temperatura e umidade relativa do ar –que, é claro, afeta os dois times.
Mas os visitantes eram francos atiradores e vinham de uma trepidante vitória sobre o vice-líder Galo, ao passo que os anfitriões tinham uma liderança a manter longe de maiores riscos, além de mostrar que perder para o Colorado já era passado.
Pois a mantiveram galhardamente.
O primeiro tempo corintiano foi exemplar e o 0 a 0 uma mentira, tamanha a superioridade de Jadson e companhia.
O meia, por sinal, fez uma jogada de enciclopédia na linha de fundo, driblando três rivais no espaço de um lenço.
Mesmo com Vagner Love mais uma vez se matando e matando as melhores oportunidades, o time se comportou com incrível regularidade e inteligência sob calor desumano, especialmente Jadson, Renato Augusto, Fagner e, quem diria, Yago, o zagueiro que jogou como lateral improvisado e mais que deu conta do recado.
Mas nenhum deles se aproximou do personagem do jogo, o desconhecido Lucca, maranhense, 25 anos, vindo do Criciúma depois de ter sido, como reserva, campeão brasileiro de 2014, pelo Cruzeiro.
Não é que na primeira bola em que pegou, ao entrar no lugar de Malcom, ele deu o passe para Vagner Love sofrer o pênalti?
E não é que no segundo lance de que participou deu a bola para Elias passar para Jadson fazer seu segundo gol, o do 2 a 0?
Está ou não tudo a favor do Corinthians?
Primeiramente foi com Luciano que substituiu Love e desandou a fazer gols.
Agora aparece Lucca!
Só que tem mais.
O Corinthians entra numa fase em que terá uma semana para treinar, para recuperar jogadores machucados, enquanto, com exceção do Galo e do Flamengo, seus principais concorrentes terão a Copa do Brasil no meio da semana.
A atrapalhar, apenas, as ausências de Gil, Elias e Renato Augusto durante o período que a seleção brasileira passará para jogar dois jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Tudo como manda o figurino de um time que se aproxima a passos largos de dar o hexacampeonato brasileiro ao Corinthians.
Só faltava o Galo não vencer o Flamengo de Guerrero para diferença aumentar ainda mais, para seis ou oito pontos.
Mas seria querer demais, principalmente porque um time com Marcelo e Samir na zaga não pode querer parar o Galo.
Ainda mais perdendo pênalti e marcando gol contra...