Folha de S. Paulo


O pragmático Corinthians

Ser pragmático é muitas vezes uma praga que destrói a fama de políticos e enfeia o esporte. Alianças espúrias são feitas em nome do pragmatismo e vitórias são conseguidas mesmo à custa do jogo feio.

Assim tem sido a vida política nacional, de Fernando Henrique a Dilma Rousseff, passando por Lula, com o que sobrevivem os Sarneys, Calheiros e Cunhas.

Assim tem sido também os métodos no futebol brasileiro desde que em 1994 a seleção ganhou o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos e o jogo bonito foi substituído pelo futebol de resultados.

Valendo-se deste pragmatismo, o Corinthians segue inteiro na luta pelo seu hexacampeonato brasileiro, embora estejamos apenas na segunda rodada do returno, quando faltam ainda 17 para o campeonato terminar.

Bem administrados, os quatro pontos de vantagem sobre o Galo são mais que relevantes.

Tite, como ninguém, sabe como aproveitá-los e não pode ser acusado porque, ao contrário de Parreira na campanha brasileira do tetra, o material que tem em mãos é apenas médio, por mais que sobressaia no panorama geral de nosso futebol.

Com a permissão do professor Pasquale, um parênteses para explicar que pragmatismo e praga, embora com raízes idênticas, têm origens diferentes.

Uma vem do grego "pragmatikus" e do latim "pragmaticu" e a outra também do grego "plegma" e do latim "plaga". É isso aí.

Tite comanda um time que agrada a corintianos e troianos, embora nem sempre a nós, gregos.

Sim, não se assuste, rara leitora e raro leitor, mas Kfouri é uma corruptela de vila, em árabe, para onde foram ancestrais gregos morar no Líbano. Pelo menos era essa a explicação que o patriarca da família sempre deu.

Exigir que o Corinthians jogue bonito, principalmente fora de casa, talvez seja mesmo um exagero.

Mas, em Chapecó, o Corinthians teve, é inegável, um excelente começo de jogo, fulminante, com os gols de Elias e de Vagner Love.

Fez os dois gols com paciência e talento e tomou conta de todo o primeiro tempo, embora surpreendido no minuto final com a diminuição da vantagem.

Ao contrário do que vem acontecendo nos segundos tempos quando está em vantagem, o alvinegro administrou bem os 45 minutos finais, correu menos riscos do que criou chances para ampliar e acabou por fazê-lo no fim, de pênalti.

EL, EL, EL, GABRIEL!

Tudo de que o Palmeiras precisava em sua nova casa era de um ídolo feito em casa. Ei-lo!

PING PONG

O ping veio em fins de maio, quando a CBF foi clara e manifestou o seu "apoio integral a toda e qualquer investigação e se colocou à inteira disposição para esclarecimentos adicionais que se façam necessários".

O pong aconteceu na semana que passou quando a entidade entrou com um processo no STF para evitar de ter de enviar à CPI do Futebol suas movimentações financeiras.

A "nova CBF" de Nero$Feldman é idêntica à de Marin$Nero.


Endereço da página:

Links no texto: