Folha de S. Paulo


Líderes eliminados

Coincidência ou não, os dois times que lideram o Brasileirão foram eliminados da Copa do Brasil.

O Corinthians deixou de lutar pela quarta taça e o Galo pela segunda dele, campeão no ano passado.

O time mineiro era favorito destacado contra o Figueirense e o Corinthians nem tanto contra o Santos, embora decidisse em casa.

O Galo foi muito mal em Belo Horizonte no jogo de ida e o Corinthians não viu a bola em Santos.

Quando começou o jogo de volta em Itaquera, o Figueirense já havia, minutos antes, despachado o alvinegro mineiro.

A Copa do Brasil, como se sabe, garante vaga na Libertadores para o campeão.

É bem possível que corintianos e atleticanos não tenham dúvidas sobre possibilidades de chegarem ao torneio continental via Brasileirão.

Se serão ou não campeões são outros 500, o Corinthians hexa, o Galo bi.

Os paulistas estão quatro pontos à frente dos mineiros e hoje ambos começam a pensar só e exclusivamente no Brasileirão, diferentemente de Grêmio e Fluminense, também do G4, e do Palmeiras e São Paulo, que ainda podem brigar pelo título.

O Atlético terá exatamente o Fluminense pela frente e no Maracanã. Reencontrará Ronaldinho Gaúcho que nunca foi tão feliz em times brasileiros como com sua camisa.

Jogo ainda mais complicado que o do concorrente Corinthians, em Chapecó, onde a Chapecoense só perdeu uma vez, para o São Paulo, ganhou 23 dos 30 pontos que disputou, com sete vitórias.

Levir Culpi tem um time mais pronto e mais estrelado do que o de Tite.

É também mais ousado e durante várias semanas comandou o melhor time do país até perder a hegemonia para o Grêmio, que por uma semana mereceu a honraria, agora nos pés do Santos.

O Corinthians, no começo da temporada, era o melhor. No Brasileirão ainda não foi e mesmo assim lidera o que, de fato, é surpreendente e enche a bola de seu técnico.

Em resumo: teremos 18 rodadas para saber se a ousadia ganhará do equilíbrio. Ou se algum intruso vai lançar mão da taça.

"WONDERGOAL"

Um gentil leitor envia o link (https://www.youtube.com/watch?v=NZkR5Wb2KQs) de um ângulo diferente do que estamos acostumados a ver do quarto gol do Brasil contra a Itália na Copa de 1970 –o de Carlos Alberto Torres com passe de Pelé sem olhar, em jogada iniciada na intermediária brasileira com Clodoaldo, que dribla quatro italianos.

Ele havia recebido a bola de Piazza, que a recebera de Tostão após este, recuado pela esquerda, ajudando na marcação, a roubara de um italiano.

Clodoaldo entrega a bola para Rivellino, Riva a estica para Jairzinho que a passa para Pelé.

A BBC, dona das imagens, chama o lance de "wondergoal" e o que eu jamais havia percebido é que um jogador, já na área italiana, de costas para o gol e de frente para Pelé, indica para o Rei a chegada de Carlos Alberto.

O nome deste jogador? O mesmo que havia desarmado o italiano na defesa brasileira: Tostão!


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