Folha de S. Paulo


Lua de mel com Love

O TIME vinha de uma derrota tão indiscutível que até houve quem visse desinteresse pela Copa do Brasil.

Para piorar, além do jogo contra o Santos, o Corinthians perdeu também o seu salvador, o jovem Luciano.

Tite insistiu com Vagner Love para enfrentar o bicampeão brasileiro Cruzeiro, que agora está como Vanderlei Luxemburgo gosta, perto da zona da confusão.

Numa tarde que fez lembrar as mais gloriosas no Pacaembu, a Arena Corinthians recebeu mais de 41 mil torcedores e nem sofreu, ao contrário.

Depois de ver Paulo André com a camisa azul salvar um gol debaixo do travessão e fazer outro anulado por impedimento, o corintiano explodiu com o primeiro gol do clássico, dos pés de Vagner Love, ao aproveitar uma batida de roupa do goleiro Fábio depois de chute de Elias, graças ao zagueiro Manoel que dividiu bola com pé de moça com Malcom.

Todo fiel sabe que depois de fazer 1 a 0 o Alvinegro recua e vem o sofrimento. Mas não.

Ainda antes do final do primeiro tempo, com inveja de Manoel, Mayke deu um presentão para Renato Augusto cruzar e Jadson aproveitar: 2 a 0.

O jogo estava aparentemente liquidado, mas certos filósofos do futebol dizem que 2 a 0 é um placar muito perigoso, uma bobagem como outra qualquer, repetida e até explicada por muita gente boa.

Então, em vez de correr o risco de sofrer o 2 a 1 e ver a vitória se complicar, logo no começo do segundo tempo Malcom deu o terceiro gol para o time, e o segundo de Love em tarde de lua de mel.

Quando, ao final do jogo, Tite tirou o artilheiro de campo para ser aplaudido, a Fiel não decepcionou e só faltou alguém invadir o gramado para beijá-lo.

Naquele momento o domingo não poderia ser mais generoso com o Corinthians: do G4, o Grêmio só empatou e ficou a seis pontos de distância.

O Fluminense perdeu, assim como o seu rival São Paulo, que poderia entrar no grupo e que teve em Thiago Mendes e em Auro os seus Manoel e Mayke, gentis presenteadores dos gols de Éderson e de Guerrero, na virada do Flamengo.

Aliás, até pareceu mesmo que há uma conspiração para derrubar o treinador colombiano Juan Carlos Osorio.

Difícil saber, assim como é difícil detectar por que o Cruzeiro faz campanha tão pífia porque seu elenco não é para estar tão próximo do rebaixamento.

Mas difícil mesmo é contestar o técnico Tite.

Mal ou bem, e por aqui se considera que mais mal do que bem, ressalvadas a exibição de ontem e a contra o Sport, ambas em casa, fato é que o criticado poderio ofensivo do Corinthians já o coloca abaixo apenas do Galo, Palmeiras e Sport o que, convenhamos, não humilha ninguém. Ainda mais que tem o melhor saldo de gols por ter a defesa menos vazada.

Se não bastasse, ganhou nove dos dez jogos disputados em casa, com a melhor campanha como anfitrião neste Brasileirão, melhor até que as do Grêmio e do Sport, ainda invictos como mandantes.

É do Corinthians, também, o melhor desempenho como visitante.


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