Folha de S. Paulo


Decisivo só para um

O Corinthians pode se dar ao luxo de perder o chamado Majestoso. O Tricolor não.

Uma derrota do São Paulo combinada com a vitória do Galo, no Serra Dourada, contra o Goiás, e a diferença para o líder passará a ser de 11 pontos ao faltar apenas uma rodada para terminar o turno –rodada na qual o time mineiro recebe o Grêmio e o paulista visita o Figueirense, osso duro de roer.

Para tirar 11 pontos um time precisa ganhar quatro vezes e o adversário perder as mesmas quatro vezes, sem contar os resultados de todos os demais times entre os dois.

Dar, dá, tanto que já deu outras vezes, mas não é bom contar com isso.

São-paulinos e corintianos festejam a presença de Luis Fabiano, que obteve efeito suspensivo da justiça esportiva desmoralizada que nos assola.

Há tricolores que imaginam que o centroavante faria falta e corintianos que têm certeza que a presença dele será uma bênção, embora os fiéis sonhem mesmo é com a presença de Danilo, carrasco do adversário que hoje em dia desperta maior rivalidade.

Que o jogo seja ótimo, que o Morumbi lote e que ganhe o melhor.

Agora, quem precisa ganhar é o São Paulo.

PROFUT

Sancionada a nova lei, há muito o que comemorar e a fazer.

Comemorar a possibilidade que se abre de ver o futebol brasileiro num clima de maior responsabilidade na gestão e mais respeito aos jogadores.

Comemorar o possível fim do "doping financeiro", aquele do qual se valem clubes temerários contra os que pagam seus impostos.

Comemorar que Dilma Rousseff tenha cumprido fielmente o que prometera ao Bom Senso FC, o movimento de jogadores que veio ocupar o espaço dos pelegos que fizeram do sindicalismo meio de vida, alma gêmea da cartolagem.

Agora é cobrar a adesão dos clubes e ser rigoroso com quem não aderir e apostar que pode seguir empurrando as dívidas com a barriga, porque a bancada da CBF já causou prejuízos demais ao espírito inicial da Profut e tentará fazer com que ela não pegue.

Há que se lamentar, ainda, o veto ao artigo que incentivava a instituição das chamadas sociedades empresariais no futebol, o clube-empresa em resumo.

Surpreende que tenha partido do Ministério da Fazenda, exatamente por ser dos artigos mais liberais do projeto. Se significava uma diminuição de receita imediatamente para incentivar que os clubes entrem na cadeia produtiva do esporte de maneira empresarial, apontava para ganhos muito maiores num futuro próximo, algo que a Receita Federal parece não ter entendido, embora no próprio texto do veto esteja dito ser a medida "desejável", mas "carece de análise mais aprofundada".

Quem sabe o próprio governo se convença do acerto da medida e colabore para derrubar o veto no Congresso. Afinal, o governo está convencido de que serão necessários novos passos para modernizar ainda mais e democratizar a legislação esportiva.

Incentivar os clubes a se transformarem em empresas é um desses passos.


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