Folha de S. Paulo


Corinthians, inacreditável

GANHAR DO GALO parecia mais que improvável para um time que vinha de vitórias apertadas e pouco convincentes.

Pois novo triunfo veio contra o time mineiro, apertado e inconvincente.

Veio e deixou o Corinthians no topo da tábua de classificação deste Brasileirão que tem o equilíbrio como sua principal marca registrada. É o que importa para os pragmáticos, certo?

Tite sempre foi um deles, mas não está satisfeito. Disse que seu time ainda está desequilibrado e que ninguém é campeão só com uma defesa eficaz.

Defesa que, de fato, tem brilhado mesmo que contra o Galo tenha deixado o goleiro Walter como último recurso por pelo menos cinco vezes, ele que foi o nome do jogo.

"É claro", dirá o pragmático adepto do futebol de resultados, "o goleiro faz parte da defesa e é pago para evitar gols".

Tão injusto como não reconhecer a exuberância do futebol de Gil, a maturidade de Felipe e o equilíbrio dos dois laterais, méritos que devem ser atribuídos ao treinador com exceção do desempenho de Gil, seria omitir a desenvoltura do meio de campo, que sofreu com a ausência de Jadson.

Mas os atacantes corintianos, exceção feita ao menino Malcom, somados, não dão um Lucas Pratto, apesar de ser inegável, e até comovente, o esforço de Vágner Love, responsável, aliás, pelo gol da vitória na Arena Corinthians tomada por mais de 36 mil torcedores.

Se o técnico Tite tinha um time equilibrado em 2012 e chegou onde chegou, agora sua vida está bem mais difícil, seu desafio é ainda maior e seus méritos voltam a ser admiráveis, principalmente se conseguir traduzir sua insatisfação em futebol de qualidade.

Inegável a surpresa em ver o time entre os líderes porque o que se temia, pouco tempo atrás, era que estivesse brigando para não cair.

SÃO PAULO DE SEMPRE

O São Paulo jogava de igual para igual com o Sport na Arena Pernambuco com mais de 41 mil torcedores.

Aí, tomou o 1 a 0 e desapareceu de campo, como tem sido frequente sempre que fica inferiorizado.

Mesmo ajudado pelo assoprador de apito que não deu um pênalti em André (jogando como jogava no Santos), conseguiu ter expulsos Ganso e Luís Fabiano, além de seu treinador. Tomou o 2 a 0 e merecia tomar de quatro.

A falta de comando na presidência digna dos Trapalhões parece refletir em campo.

PALMEIRAS DE SEMPRE

Parecia que seria fácil vencer o Santos, mas não foi.

Sorte que, como virou moda, mais de 38 mil torcedores sustentaram a vitória por apenas 1 a 0, graças, novamente, a Leandro Pereira.

O Santos, por mais aflitiva que seja sua situação neste momento, tem tudo para sair dela.

EM TEMPO

Para que não reste dúvida: a crítica ao expediente da naturalização de atletas com a finalidade de trazer medalhas artificiais não se aplica à importação de técnicos estrangeiros.

Ao contrário.

São mais que bem-vindos e tomara que fiquem para mais um e mais outro ciclo olímpico porque têm muito a ensinar e acrescentar.


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