Folha de S. Paulo


Corinthians categórico!

O Corinthians, como era de se esperar, foi quem propôs o jogo desde o início.

Tanto que com 15 minutos havia criado três ótimas chances, uma delas, aos 11, aproveitada com brilho por Elias, após passe magnífico de Jadson e participação de Danilo.

Antes, Fábio Santos jogou por cima o primeiro gol e logo depois foi a vez de Gil quase fazer o segundo.

Meia hora foi o tempo que o São Paulo levou para equilibrar as coisas, ficar mais com a bola e empurrar o alvinegro para seu campo.

Michel Bastos, pela lateral-esquerda, era a arma de Muricy para furar o bloqueio de Tite, montado para explorar o contra-ataque.

O primeiro tempo, que começou incandescente, terminou morno e disputado lealmente com só 15 faltas.

O segundo tempo esqueceu o clima tranquilo, o Corinthians envolveu o rival no toque de bola curto e ampliou o placar com Jadson, num lance que nasceu de claro empurrão de Emerson Sheik em Bruno, ainda na intermediária alvinegra, num lance que custa a crer que o árbitro não tenha visto.

Não que o gol tenha tornado injusta a vitória corintiana, porque os anfitriões foram claramente superiores, com atuação impecável do time todo, justificando o ligeiro favoritismo que tinha antes do primeiro Majestoso pela Libertadores.

Na verdade, o 2 a 0 foi pouco, mas não é menos verdade que o segundo gol matou qualquer chance de reação dos visitantes.

19 DE FEVEREIRO

Dois dos maiores jogadores da história do futebol mundial nasceram neste dia 19.

Sócrates faria 61 anos. Marta completa 29.

Ele Vieira de Oliveira. Ela Vieira da Silva.

O Doutor, nortista, de Belém do Pará.

A Pelé de Saia, nordestina, de Dois Riachos, nas Alagoas.

Marta tem uma marca no mundo do futebol que ninguém mais tem: foi cinco vezes consecutivas eleita a número 1 do planeta.

Sócrates nem nunca foi candidato a tal e não fazia a menor questão.

O Magrão jamais se esforçou muito para coisa alguma, exceção feita ao curto período em que se dedicou plenamente à Copa de 1982, quando talvez tenha até sido o melhor do timaço que tinha Falcão e Zico.

Marta não. Heroína e desbravadora é, antes de tudo, uma forte. Ou melhor: antes de tudo, antes de Neymar virar o que virou, Marta era, entre as brasileiras e brasileiros que jogam futebol, quem tinha o melhor domínio dos fundamentos do jogo.

Adoraria ver numa data especial como esta Sócrates e Marta dançarem uma valsa.

Ele girando em seus pequenos pés que calçavam 41 e ela acompanhando, com o seus, também menores do que se espera de uma atleta, número 36. Que par!

Doutor Sócrates, que não tinha pressa para nada, foi embora muito cedo.

Rainha Marta reina na Suécia onde defende o Rosengard.

Como Sócrates, Marta jogou pelo Santos, mas, diferentemente dele que cresceu santista e morreu corintiano, sempre foi corintiana.

Parabéns, Marta Maravilha. Saudades, Magro.


Endereço da página: