Folha de S. Paulo


Majestosa Libertadores?

O Corinthians jogou contra o Botafogo de Ribeirão Preto? O São Paulo jogou contra o Bragantino? Ora, quem se importa com isso. E não é porque estamos em pleno Carnaval, mas porque corintianos e são-paulinos, que hoje fazem o clássico de maior rivalidade em São Paulo, só pensam na Quarta-Feira de Cinzas.

Será, como se sabe, o primeiro Majestoso valendo pela Copa Libertadores da América, embora não seja o primeiro Majestoso internacional, mas o quinto.

Duas vezes, em 1994, e mais duas, em 2013, Corinthians e São Paulo se enfrentaram pela Copa Conmebol e pela Recopa Sul-Americana, respectivamente.

Em dezembro de 1994, as disputas pelas semifinais da Conmebol levaram apenas pouco menos de 10 mil torcedores somados aos jogos no Morumbi (3 a 2 para o Corinthians) e no Pacaembu (4 a 3 para o São Paulo).

Já na Recopa, em julho de 2013, levaram, sempre somados, quase 70 mil torcedores aos dois estádios, nos quais o Alvinegro ganhou por 2 a 1 e 2 a 0 para ficar com a taça.

Agora, na Arena Corinthians, o quinto Majestoso internacional será também o 307º da história, aí computados, sempre pelo fabuloso aplicativo do "Almanaque do Timão", de Celso Unzelte, todos os jogos, amistosos inclusive.

A vantagem corintiana é grande, com 117 vitórias e 92 derrotas, além de 97 empates.

Já a história do Corinthians contra seus rivais paulistanos na Libertadores é triste, eliminado pelo Palmeiras em 1999 e em 2000, embora contra o litorâneo Santos, em 2012, tenha se dado bem.

Pena que Guerrero esteja fora do jogo, punido com rigor pelo tribunal de penas da Conmebol –que tem a vantagem de não permitir a palhaçada do STJD tupiniquim. Punido foi, punido está e fim de papo.

O São Paulo completo, duas semanas atrás, era tido como mais preparado que o Corinthians.

Hoje, porque o futebol é pra lá de dinâmico, não só o Alvinegro está mais bem preparado por ter entrado no clima da competição nos jogos disputados contra o Once Caldas como, de fato, até no insosso Paulistinha está melhor que o adversário, o que, aliado ao fato de jogar em casa, lhe confere um certo favoritismo.

Corinthians e São Paulo estão no grupo mais difícil tecnicamente do torneio, mas no mais confortável logisticamente, porque com viagens curtas até Montevidéu, para enfrentar o campeão uruguaio Danubio, e Buenos Aires, casa do atual campeão da Libertadores, o San Lorenzo.

Os demais três brasileiros terão vida bem pior neste aspecto: o Galo voará para Guadalajara, Santiago e Bogotá; o Cruzeiro irá também a Buenos Aires, mas enfrentará 2.800 m de altitude na boliviana Sucre em voo fretado e ainda viajará para a venezuelana Puerto Ordaz, com duas escalas para Caracas onde um avião também fretado o levará para o interior do país; e o Inter, além de também ir a Santiago, ainda terá Guayaquil, no Equador, e, pior, muito pior, os 3.600 m de altitude de La Paz.

A Libertadores é desumana.


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