Folha de S. Paulo


Passeio em Istambul

Nunca antes a seleção brasileira havia vencido a turca com tanta facilidade.

Nos cinco jogos anteriores, com dois empates nos dois mais recentes, as três vitórias foram sempre por apenas um gol de diferença. No primeiro, em 1956, por 1 a 0, em outro amistoso em Istambul, e nos dois seguintes, pela Copa na Ásia, 2 a 1, com ajuda do apito na primeira fase, e por 1 a 0, na semifinal.

Ontem foi um passeio.

Bem distribuída em campo, sem deixar os donos da casa pensarem, a seleção fez dois gols antes da metade do primeiro tempo e mais um no fim, todos em jogadas bem construídas, o segundo inclusive, marcado contra pelo zagueiro Kaya, em cruzamento de Danilo que Luiz Adriano aproveitaria.

Neymar já havia deixado sua marca e Willian ampliou.

Contra uma defesa com três zagueiros, Dunga abriu Willian e Oscar como verdadeiros pontas e se deu bem, embora Oscar não tenha se dado tão bem.

Para o segundo tempo o time turco voltou com quatro na defesa, após ouvir a torcida vaiar e pedir a saída do presidente da federação local, Yildirim Demirören, como informa o enviado desta Folha, Bernardo Itri. Aqui no Brasil, já se vaiou a presidenta da República em estádio de futebol, mas poupa-se o cartola. Vá entender...

E foi com quatro zagueiros que o time amarelo fez o quarto, outra vez com Neymar, máquina de gols. Em outro comportamento estranho ao torcedor brasileiro, os turcos aplaudiam e faziam coro para Neymar.

Ah, mas a seleção turca é muito fraca, alguém dirá.

De fato, se o Brasil está em sexto lugar no ranking da Fifa, a Turquia está 40 posições abaixo.

Mas o que se faz nestas ocasiões?

Enfia-se quatro, ora bolas.

LUSAGATE

Mais importante, futebolisticamente falando,que identificar quem recebeu dinheiro para prejudicar a Portuguesa dentro do clube, se é que alguém recebeu, será saber quem pagou, se é que alguém pagou.

Porque, mesmo que ao arrepio da lei maior por obra e graça do circo do STJD, a Lusa cumpriu pena.

Quem se beneficiou segue na Série A.

GOL CONTRA

Roberto Dinamite marcou o gol mais impactante de sua carreira.

Pena, desgraça mesmo, que foi contra.

A gestão dele como presidente do Vasco não só matou a ilusão dos que imaginavam que grandes ídolos jamais fariam mal aos seus clubes, como ressuscitou Eurico Miranda, uma bomba atômica na vida cruzmaltina.

GOL A FAVOR

Dirigido por Ricardo Aidar, da ala corintiana da família, está chegando em DVD o filme "Libertados" –que comove e faz rir ao documentar a saga alvinegra na conquista invicta da Libertadores de 2012. Nota 10.

MORTE SÚBITA

Já veio à luz, para ser devidamente fuzilado, o nome do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) como substituto de Aldo Rebelo no Ministério do Esporte.

Sócio de Marco Polo Del Nero, que assumirá a CBF em abril do ano que vem, a nomeação de Cândido sugeriria a internação da presidenta Dilma Rousseff.


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