Folha de S. Paulo


Incrível São Paulo!

Sob 28 graus à sombra, sabe-se lá com que temperatura no sol escaldante de Salvador, no Barradão, o time do São Paulo soube cozinhar o Vitória no primeiro tempo, quando ainda conseguiu seu gol numa cabeçada esperta de Luís Fabiano.

Por pouco, uma trave, Denílson não fez ainda o segundo gol, que permitiria ao Tricolor descansar durante o segundo tempo, já sob sombra,mas com 27 graus.

Consciente do desgaste dos visitantes, o time baiano, em situação delicada na zona do rebaixamento, tratou de pressionar e só não empatou segundos antes do décimo minuto porque Rogério Ceni, com dois milagres consecutivos, impediu.

Mas o empate inevitável aconteceu ainda naqueles segundos de pressão, quando um pelotaço lotérico de Kadu descreveu uma curva mágica para vencer o Mito.

Muricy Ramalho que vira Paulo Henrique Ganso fazer belíssimo primeiro tempo, e cansar no segundo, não teve outra alternativa se não a de tirar Michel Bastos e Kaká do descanso no banco e ir em busca da vitória que deixaria o São Paulo a dois pontos do líder.

Porque no futebol tudo é possível e se foi possível ao veterano goleiro operar duas defesas incríveis e à queima-roupa, seria possível também sonhar com uma vitória do lanterna Criciúma sobre o também desgastado líder Cruzeiro, no Mineirão, que pintou, mas não aconteceu. Como foi possível o gol lotérico de empate, por que não esperar o improvável em Belo Horizonte ou uma falha qualquer do time baiano?

Pois eis que Roger Carvalho deu uma escorregada bizarra, a bola sobrou para Luís Fabiano passar com açúcar para Kaká fazer dos gols mais fáceis de sua carreira, para garantir a vitória heróica por todas as circunstâncias que cercam os guerreiros do Morumbi.

Todos dignos de serem homenageados com, ao menos, um busto para cada jogador, já que estátuas seriam exagero, segundo alguns leitores certamente não são-paulinos.

FIASCO VERDE

Se o São Paulo se poupou, mas teve que acabar o jogo com tudo que tinha, o Galo, também submetido aos absurdos do calendário, passeou com seus reservas no Pacaembu, ao impor uma humilhante derrota ao Palmeiras no sábado à noite.

Os suplentes mineiros formam um time muito melhor que o do Palmeiras, o que explica mais que muita coisa.

Explica tudo.

CAIU NA REDE

O Santos, sem Robinho, e outro time submetido ao desgaste de uma batalha em gramado encharcado no meio da semana, caiu em Itaquera e já era em 2014.

Para piorar, sofreu o gol corintiano, de Guerrero, logo no sétimo minuto de jogo, graças a um erro primário de Bruno Uvini.

Daí em diante até ficou mais com a bola, sem no entanto levar perigo durante todo o primeiro tempo.

No segundo, o Corinthians preponderou e teve pelo menos quatro chances para ampliar, mas esbarrou em Aranha e na falta de pontaria, além de mandar uma bola no travessão santista.

A luta pela Libertadores durará até a última rodada.


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