Folha de S. Paulo


Quem tem medo do Japão?

Todos têm medo do Japão. Ou respeito.

Zico, por exemplo, que conhece bem o futebol daquelas bandas, chega a dizer que será o jogo mais duro entre brasileiros e japoneses em todos os tempos. Tempos que registram nove jogos, com sete vitórias nacionais e dois empates, curiosamente em duas Copas das Confederações, em 2001 e 2005 -- 0 a 0, em Kashima, e 2 a 2, em Dortmund.

Das sete vitórias, a única em jogo oficial foi na Copa do Mundo de 2006 e por fáceis 4 a 1, apesar de muito se dizer e escrever, então, sobre os perigos daquele jogo.

Você sabe que o Japão tem no jogador do Manchester United, cujo sobrenome, Kagawa, já causou os acessos de riso possíveis em nossos locutores, sua grande estrela, secundado por Honda.

O meia Shinji Kagawa é chamado de o "Messi japonês", e Keisuke Honda, também meia que chuta bem de fora da área, não é herdeiro da fábrica e joga no CSKA Moscou.
Sim, o Japão, organizado e rápido, apesar de ainda um pouco ingênuo, assusta à medida que a hora do jogo se aproxima.

A hora do jogo, aliás, ou as horas que faltam para o jogo, às 16h de e em Brasília, não serão suficientes para adaptar os rivais ao fuso, porque os japoneses chegaram no meio da tarde da quarta-feira do Qatar, onde enfrentaram e venceram o Iraque no dia anterior, depois de uma viagem de 17 horas e com diferença de seis para o Distrito Federal, somadas às outras seis do Japão.

Correrão como sempre, marcarão sem parar, perderão como quase sempre, empatarão como poucas vezes ou vencerão como nunca?

Quanto valerá o melhor entrosamento do time oriental, em regime, contra o time nacional ainda em construção?

A resposta teremos logo mais, sabendo por antecipação que uma derrota brasileira não será nada parecido com Hiroshima ou Nagasaki, embora possa ter o efeito de aumentar as desconfianças do torcida.

Lembremos que, na estreia da Olimpíada de Atlanta, em 1996, sob o comando de Zagallo, com Dida e Aldair, que trombaram, Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo Fenômeno em campo, os nipônicos surpreenderam e ganharam pela chamada contagem mínima.

Pode se repetir nesta estreia na Copa das Confederações? Pode, tudo pode em futebol. Mas não quero crer.


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