Folha de S. Paulo


Nobre, popular e suíno

Mauro Holanda/Divulgação
Torresmo de pancetta com goiabada, uma das alternativas da nova Casa do Porco
Torresmo de pancetta com goiabada, uma das alternativas da nova Casa do Porco

O acontecimento gastronômico da cidade no mês que passou —e que continua fervilhando— foi a abertura da Casa do Porco Bar. O bar e restaurante junta coisas que nem sempre andam juntas em São Paulo.

Por exemplo: um chef renomado por alta gastronomia (Jefferson Rueda, ex-Pomodori e Attimo) fazendo comida caipira e popular —por uma janelinha dando para a rua são vendidos gigantescos sanduíches de porco por R$ 15— e uma cozinha de prestígio servida no centro, na mesma calçada do inferninho Love Story.

Não é o primeiro passo de Rueda na região: ali perto funciona o Bar da Dona Onça, tocado por sua mulher nas fraldas do edifício Copan.

Mas enquanto neste imperam pratos de boteco, na Casa do Porco há um mix interessantíssimo. Além do porco assado à pururuca, da linguiça frita, do virado à paulista e dos muitos embutidos, o menu inclui itens imaginativos, como o sushi de papada de porco e tucupi preto e o torresmo de pancetta com goiabada.

Curiosamente, o porco assado, grande atração da casa (peça para ver o bicho inteiro dentro do forno de carvão montado no chão da cozinha aberta; é pornograficamente apetitoso), veio à mesa com muita pele e pouquíssima carne. Mas que belo tutu de feijão. E a couve...

O lugar reforça um benfazejo movimento que abordamos semanas atrás: chefs fazendo pratos brasileiros inspirados e a preço acessível.

Da mesma forma que Renata Braune, conhecida pela cozinha francesa que produziu por mais de uma década no Chef Rouge, abriu, no começo do ano, o La Reina, agora nasce também o Lambe-Lambe, da turma do italiano Modi -ambos são restaurantes que resgatam a cozinha trivial paulistana.

A chef Angelita Gonzaga abriu o Arimbá noutra vertente, a da cozinha caipira que ocorre tanto no interior de São Paulo como em Minas e em outras regiões, enquanto outro novo restaurante, o OpyCo, aposta numa cozinha brasileira modernizada.

Não, não faltam opções.

Arimbá
R. Min. Ferreira Alves, 464 B, Perdizes, região oeste, tel. 3477-7063. 60 lugares. Ter. a sex.: 17h às 23h. Sáb. e dom.: 12h às 18h. CC: M e V. Reserva (8h às 14h).

A Casa do Porco Bar
R. Araújo, 124, República, região central, tel. 3258-2578. 50 lugares. Seg. a qua.: 11h às 24h. Qui. a sáb.: 11h à 0h30. Dom.: 11h às 17h30. CC: AE, D, E, M e V. Estac. (R$ 12 a 1ª h).

Lambe-Lambe
R. Aracaju, 239, Higienópolis, região central, tel. 3562-3805. 120 lugares. Ter. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 17h. CC: D, M e V. Valet (20).

La Reina Deli Bar
R. Joaquim Antunes, 621, Pinheiros, região oeste, tel. 2366-0216. 56 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h30 e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h30 e 19h às 24h. Sáb.: 12h30 às 17h e 19h às 24h. Dom.: 12h30 às 17h. CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 20). Reserva p/ 3062-4814.

OpyCo
R. Mariquita de Toledo César, 20, Vila Romana, região oeste, tel. 2389-9455. 42 lugares. Seg. a sáb.: 17h às 23h30.

*(Publicado na edição de 01/11 da revista sãopaulo )


Endereço da página:

Links no texto: