Divido minha paixão por pets com a fascinação por política internacional, que acompanho há décadas. E, recentemente, ao ler um texto no site da tradicional BBC, consegui misturar os dois assuntos.
A manchete capturou minha atenção por tratar de uma ameaça a animais de estimação: "Proprietários de cães recebem alerta sobre nova doença de carrapato". Com a mesma atenção com que busco o parasita escondido entre os pelos de meus pets, mergulhei na notícia.
Elcerdo | ||
Em março, o Reino Unido relatou pela primeira vez uma onda de babesiose, doença provocada por um protozoário conhecido em terras brasileiras. O carrapato, portanto, pode ser o vetor que, ao picar o hospedeiro, transmite o causador da enfermidade –potencialmente letal, caso não tratada a tempo.
Os britânicos registraram casos da doença na cidade de Harlow. Dois cães morreram e outros foram salvos com transfusões de sangue e medicação. Registrou a BBC: "Especialistas dizem que será impossível parar a expansão da doença".
Veterinário entrevistado enfatizou a importância de uma nova ofensiva contra o carrapato, vetor de diversas doenças, inclusive para humanos. Na batalha, o Reino Unido conta com ajuda do "Big Tick Project" ("Projeto Grande Carrapato"). Trata-se de ampla pesquisa sobre o parasita, desenvolvida pela Universidade de Bristol e descrita como o maior estudo sobre o tema já feito ali.
Em mais um texto da BBC, surge a suspeita de que a doença foi importada. E, como origem, é apontada a adoção de normas mais flexíveis, em 2011, para a entrada de cães, a fim de alinhar o país com as normas da União Europeia.
O ataque do carrapato significa mais munição para a disputa do dia 23 de junho, quando os britânicos irão às urnas decidir se abandonam a União Europeia. O problema veterinário cai como uma luva para os setores desejosos em ver Londres se afastar do bloco, argumentando que participar da aliança trouxe mais problemas do que soluções.