Folha de S. Paulo


Guerra às pulgas

Os sifonápteros não param de me dar trabalho. Melhor chamá-los de pulgas, pois não merecem tratamento tão nobiliárquico. Por falar em tratamento, mergulhei na leitura de alternativas e novidades no combate a esses parasitas responsáveis por picadas que, em alguns de meus cães, provocam reação alérgica intensa.

Robi, um dos vira-latas do sítio, foi diagnosticado com dermatite alérgica à picada de pulga. A pele apresentava vermelhidão quase reluzente, reflexo de coceira implacável. Nas patas, marcas de lambedura. Além do sofrimento imposto pelo ataque do inseto saltitante, o cachorro descarregava a ansiedade no próprio corpo.

De cara, usei um pulguicida em tratamento para aniquilar os inimigos que rastejavam em meio à pelagem densa. Compuseram a contraofensiva um antibiótico e fluoxetina, antidepressivo para aplacar o comportamento responsável pelas lambeduras, além de banhos regulares com xampu medicinal e de um rigoroso controle antipulgas do ambiente frequentado pelo cão.

Ilustração Tiago Elcerdo

Resultados apareceram rapidamente. Djalma, companheiro inseparável do Robi, ignora olimpicamente as ofensivas dos parasitas. Não apresenta reação alérgica. Mas entrou também no radar do combate mais vigoroso contra os insetos.

Fiquei atordoado com a quantidade de opções de pulguicidas no mercado. Lembro-me do tempo em que a coleira contra os insetos surgiu como grande avanço tecnológico. Hoje a encontro tímida, geralmente no fundo das prateleiras das lojas.

Existem, na atual profusão farmacêutica, remédios em pipetas ou mastigáveis, com duração prometida de semanas ou até de meses.

Alguns disparam também contra carrapatos, parasitas intestinais e mosquitos. Sobram ainda saídas mais tradicionais, como shampoo e sabonete, ou mesmo quem busque alternativas naturais ou caseiras.

Trata-se de uma guerra desafiadora. Afinal, como enfrentar um adversário que pode pular a até 200 vezes sua própria altura?


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