Folha de S. Paulo


Cães contra o terror

O ataque terrorista na maratona de Boston levantou, de imediato, perguntas sobre os autores, a motivação e o modo de agir. Mas as investigações, já no começo, trabalhavam com a hipótese de que as bombas haviam sido colocadas pouco tempo antes de serem detonadas. Apenas uma hora antes de os primeiros corredores atravessarem a linha de chegada, cães farejadores tinham realizado uma varredura na região, a segunda no mesmo dia.

Ilustração Tiago Elcerdo

O terrorismo do século 21 enfrenta o fortalecimento de uma parceria de milênios. Forças de segurança, em especial nos EUA, recorrem cada vez mais a aliados caninos. Em conflitos como os do Iraque e do Afeganistão, cães passaram a se embrenhar ao lado de tropas de elite norte-americanas.

Ganharam o apelido de "cães de guerra" e, com o atentado de Boston, viraram tema do célebre "60 Minutos", um dos programas jornalísticos mais tradicionais da TV norte-americana. O documentário, disponível na internet, alinhou imagens e informações impressionantes sobre mascotes levadas a missões de alto risco e descritas como a "elite" do mundo do adestramento.

Numa das cenas, o primeiro-sargento Chris Corbin saltou de paraquedas com Ax, companheiro de quatro patas que o acompanhou por três anos numa zona de combate no Afeganistão. A jornalista perguntou ao boina-verde se o cão aprovava a experiência do salto. "Ele [Ax] só quer fazer o que eu estou fazendo, é só para isso que ele liga", respondeu Corbin num tom militar.

O adestrador Mike Ritland, ex-integrante de uma unidade de operações especiais, falou sobre raças mais utilizadas. Mencionou pastor-belga malinois, pastor-alemão
e pastor-holandês. Contou ainda ter criado uma organização para cuidar dos cães militares a partir do momento em que se aposentam. Certamente seria melhor aposentar animais usados em missões de paz do que em missões de guerra.


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