Folha de S. Paulo


O ouro dos sereios

Era uma vez criaturas que se adaptaram às novas condições do planeta inundado, logo após o dilúvio, chamadas sereios.

Os sereios tinham um rei egoísta que só pensava em riquezas. Como seus tesouros ocupavam muito espaço, ele construía palácios colossais para guardá-los.

Eram tantos que uma hora não havia mais palácios para guardar ouro, prata, estátuas de mármore, vasos antigos, joias e outras preciosidades.

O rei, que também era um poderosíssimo bruxo, não perdeu tempo. Transformou aquela imensa riqueza em pó de ouro, que ficou submerso.

Porém, quando a água baixou, alguns sereios assumiram a forma humana e passaram a usar o pó de ouro. O rei ficou irado. Passou a odiar os humanos por ousarem mexer em suas riquezas.

Tentou de qualquer jeito protegê-las, mas, quanto mais a água baixava, mais o pó aparecia.

Por isso o rei lançou uma maldição dizendo que o pó só seria valioso dentro da água. Fora, seria um inútil pó de pedra: a areia.

ISADORA ZILVETI, 11, colunista da "Folhinha"

Pedro Coelho
Pedro Coelho Ilustração da coluna Ideias, da Folhinha

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