Folha de S. Paulo


A Bienal Brasileira de Design

Eu me lembro da primeira vez que visitei uma Bienal de Design, em São Paulo, no prédio da Oca (no Parque Ibirapuera) em 2006. Entendi que meu trabalho poderia transitar entre as diferentes escalas de projeto. Pode-se desenhar uma cadeira, um logo, uma cenografia de teatro, um edifício ou uma praça –o que esses projetos tem em comum é o pensamento de design, a metodologia para solucionar problemas.

De modo bem simplificado se resume em pelo menos três etapas: 1. Entender o problema, analisar o briefing. 2. Inspiração, criação, desenhos, pesquisas de materiais, prototipagens. 3. Produção final do projeto, execução, construção. Estudando design entendi também que a estética não é o mais importante, mas sim o processo. Levo isso para minha própria vida: aproveitar o caminho é mais importante que a chegada.

Na última sexta feira abriu a décima primeira edição da Bienal Brasileira de Design, em Florianópolis. Desde sua primeira edição, no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro em 1968, as Bienais já passaram também por Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.

No decorrer de suas mais de quatro décadas, teve papel fundamental na formação da profissão no Brasil, educando centenas de milhares de pessoas e mostrando o papel essencial do design em nossas vidas. O design está presente em absolutamente todos os momentos do nosso dia, no escorredor de arroz, nas máquinas agrícolas, em instrumentos hospitalares e automóveis. O design espelha nossos modos de viver e o tempo em que vivemos.

A edição de 2015 é parada obrigatória, tomando a cidade e a rua como um festival de criação, com palestras, exposições e festas, até o dia 12 de Julho.

Uma delas fala justamente da Revolução Digital e seu impacto indelével em nossas vidas. Curada por Jorge Lopes, "Os Makers e a Materialização Digital" discute, por exemplo, impressão 3D, como as peças de cerâmica de Olivier Van Herpt, e a luminária de Dirk Van der Koiij produzida por um braço robô. Jorge Lopes desabafa me dizendo que somente quando o foco no Brasil for a educação seremos de fato inovadores, participando mais da chamada "cultura maker".


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