Mesmo quando Eike Batista estava no auge, paparicado por todos os lados (a começar da mídia), esta coluna via o empresário com desconfiança.
Achava (e acho) que ele se comportava com a superficialidade das celebridades fugazes, transformando sua riqueza numa espécie de reality show.
Considerava-o um péssimo exemplo, apesar de seu pretenso sucesso empresarial.
Quero aqui compartilhar um incômodo: o prazer generalizado que sua decadência vem provocando. O homem que queria ser o mais rico do mundo é, agora, um vexame - isso vira motivo de aplausos e alegria.
Está certo que Eike, com seu exibicionismo, provocou essa reação.
Mas existe algo mais -e é ruim para o país
Suspeito que existe um incômodo com empreendedores no geral numa nação em que ainda é forte o valor do poder estatal. Basta ver as reações retrógrados contra privatização.
Existe a ideia de que ganhar dinheiro sendo empreendedor necessariamente esconde uma mazela.
Empreendedores, porém, correm risco para gerar inovação. E inovação gera benefícios coletivos.
Acredito que mais estímulo ao surgimento de inovadores mais teremos condições de enfrentar a miséria.