Folha de S. Paulo


Por que desconfio da paralisação dos sindicatos

Os trabalhadores têm muitas razões - como todos os brasileiros - para protestar. Quero aqui, porém, compartilhar minhas desconfianças.

Para começo de conversa, qualquer manifestação liderada pelo deputado Paulinho da Silva, líder da Força Sindical, merece desconfiança.

Afinal, ele é um eterno candidato a qualquer coisa: de prefeito a governador. E, claro, ele vai tentar tirar proveito dessa onda de manifestações. É daqueles habituais envolvidos em suspeitas de manipulação indevida de recursos públicos.

O que aumenta minha desconfiança é o tom genérico de boa parte das reivindicações. Estão exatamente assim, sem mais detalhamento: melhor educação, melhor saúde e melhor transporte público. Simples assim.

O que percebemos, portanto, é que se tenta enfiar uma agenda sindical (e eleitoral) na agenda nacional aproveitando o clima do país. Pede-se tudo ao mesmo tempo, sem foco.

Pode-se criticar a irrealidade do Movimento Passe Livre, mas eles têm foco. E ninguém ali é candidato a nada.

Quando se discute fator previdenciário não se mostra quanto essa mudança custaria ao bolso dos contribuintes, sabendo-se dos rombos gigantescos da previdência.
Insisto aqui que a primeira pergunta que um cidadão deve fazer é a seguinte: quem paga a conta?


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