Ao informar que os beneficiários do Vale-Cultura terão o dinheiro para comprar qualquer "porcaria", Marta Suplicy falou o que deveria mesmo ser falado: quem ganhar o vale faça o que bem entender.
Essa é a essência do projeto, capaz também de beneficiar jornais e revistas, incluídos na categoria cultural. Ou seja, ela foi transparente --e coerente com o projeto, cuja missão, segundo a ministra, é levar "alimento para a alma".
Por isso, tenho alertado o seguinte: esse projeto é uma porcaria. Porcaria porque pega dinheiro público que pode bancar porcarias culturais. Simples assim.
Se é para gastar dinheiro público, tão escasso, num país de cultura e educação tão escassas, o dinheiro deveria ir para sustentar projetos culturais de qualidade, especialmente para alunos de escolas públicas.
Não é exatamente fácil pagar quatro meses de salário por ano para manter os governos, e um ministro não achar problema que impostos acabem em porcarias.