Folha de S. Paulo


Islamofobia

De um tempo para cá começamos a ouvir termos como "homofobia", "islamofobia". Quando ouvi isso pela primeira vez, quis saber quem tinha esse medo todo de gay. Pois me explicaram que não se tratava de medo, mas sim de ódio a gay. Mas está errado: o prefixo para ódio é "mis/miso" (misantropo; misoginia). O grego "phobos" significa "medo".

Agora não adianta mais, o termo já tomou embalo no novo sentido. Mas eis que aconteceu a sexta-feira, 13 de novembro, em Paris, e islamofobia retomou seu sentido original: "medo do islã". Ela equivale ao 1° de setembro de 1939, quando Hitler invadiu a Polônia.

Acredite, até então se dizia que Hitler deveria ser tratado com compreensão, que ele só queria reparar as injustiças históricas sofridas pela Alemanha.

O primeiro-ministro inglês Chamberlain não se cansava de defender a conversação diplomática, de fazer concessões a Hitler na esperança de que ele contivesse sua sanha guerreira. A assinar com Hitler tratados de não agressão, com os quais o ditador limpava... a lama de suas botas.

A invasão da Polônia foi o momento em que a máscara caiu de vez. Era fim de conversa. Em 3 de setembro, o governo inglês declarou guerra à Alemanha.

Sim, islamofobia: todos nós estamos com MEDO do islã.

As semelhanças com Hitler e com o nazismo são gritantes: as mesmas contemporizações, a mesma compreensão pelos coitadinhos, as mesmas argumentações de que "não
se pode confundir o nazismo com a Alemanha, o alemão é um povo pacífico (!)", "a jihad é uma revolta legítima diante de anos de sofrimentos".

Foi a tolerância com o nazismo que permitiu que ele assumisse o poder e tentasse dominar o mundo.

Por outro lado, que situação dolorosa e constrangedora para aqueles que se esforçam em defender o islã como uma religião de paz, amor e tolerância.

Como devem estar sofrendo clérigos e fiéis muçulmanos com o uso diário do Corão para perseguir, violentar, torturar, mutilar, decapitar e até crucificar infiéis!

De onde sai tanto ódio? Está o islã se transformando em uma ideologia de ódio e intolerância em nome de Alá? Ou sempre foi assim? Onde estão as vozes de clérigos para falar de um islã de amor e tolerância com autoridade e autenticidade? Será que não podem falar, pois serão considerados, eles mesmos, infiéis? Como lidar com esse gigantesco problema? Qual será o futuro dos nossos filhos, pois que há uma guerra em curso?

É hora de, para todos os que respeitam a religião islâmica, esperar que cada muçulmano em todos os cantos do mundo venha declarar de público sua renúncia a algo que está, se não no Corão, em sua interpretação por inúmeros líderes islâmicos: o princípio do combate sem trégua ao que não adere a suas crenças, o princípio de MORTE AOS CÃES INFIÉIS. Que somos nós, do Ocidente. Você e eu, para esses, somos cães infiéis.

Gostaria de ver as mulheres liderando essa causa da defesa dos valores ocidentais, pois não há ninguém tão massacrado quanto a mulher muçulmana, e se há um valor ocidental símbolo de todos os outros esse é a luta pela dignidade da mulher, por sua igualdade de direitos.


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