Folha de S. Paulo


O Brasil não acaba

No final, as ruas é que é poderão acabar decidindo, indiretamente, o destino político de Dilma Rousseff. Se sofre ou não um processo de impeachment, dependendo do banho-maria ou de uma explosão de manifestações. A "classe" política vai avaliar e seguir seu instinto de sobrevivência.

Dilma agora está acuada por delações que levam dinheiro roubado da Petrobras à sua campanha eleitoral. Na terça, saiu da boca da própria presidente, de forma inacreditável, a palavra impeachment. Ela agora também coloca essa carta sobre a mesa.

O PT vai se arrebentando sozinho no meio do caminho e sairá dessa crise como um partido esquálido. De embusteiros que vendiam uma alternativa ao que está aí.

O saldo será positivo. O Brasil poderá deixar para trás e enterrar, em uma só tacada, ideias políticas e econômicas de esquerda atrasadas. Sem falar no terror entre empresários desonestos ainda soltos ao pensar nos seus pares presos que se imiscuíram com o Estado. Vão pensar oito vezes antes de se meter com isso daqui em diante.

Já o futuro econômico parece selado. Vai doer por um tempo, até o ajuste. A boa notícia é que possivelmente voltaremos, após um grande tranco, a uma ortodoxia saudável e muito provavelmente definitiva. Sem espaço para experimentos exóticos em um país hoje aberto financeiramente para o mundo, curioso e grande.

Um experiente empresário diz que só o setor de panelas vai crescer neste ano. Mas sairemos melhor disso.


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