Folha de S. Paulo


O rolê do Brasil

Recomenda-se imprimir, recortar e fixar por um tempo o quadro abaixo em local visível.

Editoria de Arte/Folhapress

O importante é conservar a mensagem desses números.

Os rolezinhos nos shoppings e os protestos de junho.2013 têm muito a ver com isso.

E o mau humor dos mais ricos, apartados dessa realidade até há pouco.

A pirâmide na arte lembra (e informa os desavisados) como ainda somos pobres.

Em sua base, 66% das famílias brasileiras vivem com até R$ 2.034 ao mês. Isso dá R$ 656 por cabeça (R$ 21,50 ao dia), considerando a média de 3,1 indivíduos por família.

O Brasil privado evoluiu muito na década que antecedeu o governo Dilma. Foi a era da tal ascensão das classes D/E à C.

O impressionante aumento dos impostos no período permitiu massificar as bolsas sociais e benefícios da Previdência.

Milhões foram tirados de suas "cavernas" nessa distribuição da renda forçada, que achatou a classe média.

O movimento desencadeou aumentos no emprego, no salário mínimo e na renda.

A ortodoxia pró-mercado FHC-lulista daqueles anos encorajou a expansão das empresas e do crédito. O endividamento das famílias serviu de mola para desdobrar o consumo.

Resultado: 40 milhões de brasileiros subiram para a classe C –nomenclatura relacionada prioritariamente ao consumo.

Lazer e educação não pesam aqui. Mas é óbvio que mais renda e consumo ampliaram o acesso à educação e a serviços de informação, como a internet.

Agora, o bom ritmo dos anos Lula diminuiu à metade sob Dilma e sua lógica econômica rudimentar.

Mas o país ainda pobre, com empregos mal remunerados, está em outro patamar. E pressiona por mais serviços públicos e outras diversões.

Os ex-excluídos estão aí. Metendo o pé na porta.


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