Folha de S. Paulo


Fábio Seixas: Peças que se movem

A imagem aérea não deixa dúvida: Pérez moveu o carro para a esquerda na última volta do GP do Canadá.

Ele tentou um assassinato? Não. Mas alguém poderia ter ficado seriamente machucado, inclusive ele.

O que Pérez fez todo mundo faz. O tempo todo. Um toque sutil no volante, uma fechadinha de porta, uma manobra para forçar o perseguidor a mudar de rota. Um chega pra lá.

Normalmente dá certo. Em Montréal, não deu.

Massa vinha muito rápido e já havia mergulhado na ultrapassagem, estava muito em cima do Force India quando Pérez jogou o carro para o lado.

Não tinha o que fazer. Provavelmente nem percebeu o movimento do mexicano. O choque foi inevitável.

O brasileiro não teve culpa nenhuma no acidente. Pérez, no mínimo, cometeu um grotesco erro de avaliação. Foi punido com a perda de cinco posições no próximo GP, na Áustria. Ficou barato

"Conversamos no centro médico. Eu disse que ele precisa aprender. Ele não pode simplesmente mover o carro para a esquerda quando estamos a 300 km/h", disse Massa.

Isso posto, o que fica da etapa canadense é um certo ar de mudanças.

Não lá na ponta. A Mercedes continua sobrando. Liderou três das quatro sessões de treinos e cravou dobradinha no grid. Vettel, terceiro, ficou a 0s674 da pole, um abismo. Só não dominou o alto do pódio porque teve problemas pontuais.

A mudança acontece no pelotão do meio.

A Ferrari está tão mal que, em pleno mês de junho, já começa a pensar em 2015. "Não podemos operar milagres em curto prazo", admitiu Montezemolo.

A Red Bull, por outro lado, mostra sinais de recuperação. A vitória de Ricciardo não caiu no colo. Se havia um piloto que merecia quebrar a hegemonia prateada, era o australiano.

E Force India e Williams, enfim, engataram a segunda marcha, mostraram que têm condições de entregar aquilo que insinuaram durante toda a pré-temporada.

Talvez seja difícil aceitar, sei que a imagem do domingo foi forte, que o desfecho foi decepcionante. Mas a corrida de Montreal foi uma boa notícia para Massa.

LE MANS

Vai ter Copa (já está tendo) e vai ter 24 Horas de Le Mans.

A 82ª edição da mais importante prova do endurance ganha nesta temporada o retorno da Porsche, a marca mais vitoriosa da história do evento.

Será a terceira etapa do Mundial, até agora dominado pela Toyota. Mas a Audi, claro, não pode ser descartada _e Di Grassi estará sentado no carro campeão do ano passado, ao lado de Gené e Kristensen.

Uma corridaça, com largada às 10h do sábado, horário de Brasília.


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