Folha de S. Paulo


Segunda temporada de 'The Crown' é presente para o ócio das festas

A segunda rodada da série "The Crown" manteve o padrão, um presente para o ócio das festas. A vida da família real inglesa continua a ser retratada com suas façanhas, fadigas e fofocas. O desempenho da atriz Claire Floy no papel de Elizabeth 2ª já valia a pena na primeira temporada e conseguiu melhorar. Ela envelhece e encorpa com grande categoria, inclusive no jeito esquisito de caminhar.

As coisas aconteciam num tempo em que era falta de educação falar da infidelidade da mulher de um primeiro-ministro (Harold McMillan) ou da bissexualidade do marido de princesa (Anthony Armstrong-Jones, Sr. Margaret). Está tudo lá, inclusive a desastrosa mediocridade do primeiro-ministro Anthony Eden, que tentou tomar o canal de Suez em 1956 e foi humilhado pelos Estados Unidos.

O capítulo fofoqueiro da relação de Elizabeth 2ª com Jacqueline Kennedy é um primor, ainda que um pouco exagerado. A ida do menino Charles para um colégio interno na Escócia é uma aula para qualquer pai que se mete a impor rigores na educação do filho. O sexagenário de hoje, que ainda não achou seu lugar na vida, nasceu ali. (A série conseguiu um menino com orelhas de abano para representá-lo.)

Essa segunda temporada termina estabelecendo uma conexão entre um escândalo de lençóis ocorrido em 1963, que à época era apenas murmurado. Ele girava em torno da linda modelo Christine Keeler, que morreu há duas semanas, aos 75 anos. O príncipe Philip, marido da rainha, está com 96, aposentado.

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