O procurador Marcello Miller, que tem a chave capaz de decifrar a trama que culminou no escalafobético acordo de colaboração dos irmãos Batista com o procurador-geral Rodrigo Janot, pode vir a negociar o seu próprio acordo.
Para sua surpresa, diversos advogados convidados para defendê-lo preferiram passar.
ROHTER E RONDON
Com 14 anos de experiência no Brasil e a disposição dos repórteres para gastar sola de sapato, o jornalista americano Larry Rohter está concluindo uma biografia do marechal Cândido Rondon (1865-1958).
Rondon nasceu quando estava começando a guerra do Paraguai e, quando morreu, os russos tinham colocado em órbita o primeiro satélite artificial, o Sputnik. Nos seus 93 anos de vida levou o século 20 a regiões da Amazônia e mostrou ao país uma nova maneira de olhar para os índios. Se isso fosse pouco, foi um dos primeiros batalhadores pela entrada do Brasil na guerra contra o nazismo.
Rohter buscou informações em quatro cantos de Pindorama e chegou aos diários que Rondon manteve por 65 anos.
Em 1979, Rohter escreveu sobre as degolas de guerrilheiros do Araguaia e a ditadura deixou-o em paz. Em 2004, ele publicou um artigo no "New York Times" tratando do fraco de Lula pela garrafa. Nosso Guia tentou obrigá-lo a deixar o país, mas foi levado à sobriedade política pelo seu ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Rohter batalhara para que o Times parasse de qualificar Lula como "esquerdista".
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