Folha de S. Paulo


Quando o fundador da OAS prometeu 'quebrar a cara' de ACM

Mastrangelo Reino - 5.out.2011/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 05.10.2011 - O propriétario da empreiteira OAS, César Mata Pires, durante o lançamento do livro ''Como Superar o Cancer'', de Paulo Hoff, em São Paulo (SP). ( Foto: Mastrangelo Reino/Folhapress)
O propriétario da empreiteira OAS, César Mata Pires, que morreu neste mês

CESAR E ACM

Morreu o empreiteiro Cesar Mata Pires, fundador da OAS. Casado com Tereza, filha de Antônio Carlos Magalhães, ele frequentava os almoços dominicais da família em torno de uma mesa onde cabiam umas 20 pessoas. Frequentemente, o menu tinha feijoada como primeiro prato, seguido de um filé com fritas.

Num desses almoços, Cesar falava do bom desempenho de sua empresa, quando ACM cortou-o.

–Deixe de história, as obras que você tem deve a mim. (ACM era o poderoso senhor da Bahia e, de fato, dizia-se no Estado que a sigla OAS significava Obras Arrumadas pelo Sogro.)

O genro ouviu calado. Ao final do almoço, pediu um dedo de prosa com ACM numa salinha que ficava ao fundo da sala de jantar.

Entraram, Cesar fechou a porta e disse: "Governador, da próxima vez que o senhor fizer o que fez durante o almoço, eu quebro a sua cara".

Quem contava essa história era ACM, acrescentando: "Gostei do garoto".

GILMAR, O SUPREMO

Se e quando a ministra Cármen Lúcia tirar da gaveta os pedidos de impedimento de Gilmar Mendes em processos nos quais é acusado de ter conexões impróprias, o polivalente jurisconsulto deverá lutar pelo resultado da votação no plenário.

Parece certo que seus colegas não votarão pelo seu impedimento. Semelhante sinal de desconfiança seria um inédito tapa de luva. Também parece certo que ele não conseguirá uma unanimidade a seu favor.

Se tiver um só voto contra, terá ganho bonito. Se forem dois, terá ganho mal. A partir do terceiro voto contra, terá perdido feio.


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