Folha de S. Paulo


Com semidistritão, Câmara escandalosa produz mais um escândalo

Pedro Ladeira/Folhapress
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Vicente Cândido (PT-SP), presidente e relator da comissão da reforma política
Lúcio Vieira Lima (PMDB-B) e Vicente Cândido (PT), presidente e relator da comissão da reforma política

Maluquice

Uma Câmara escandalosa conseguiu produzir mais um escândalo. Pretende votar o chamado semidistritão em apenas uma semana.

A ideia surgiu há poucos dias, nunca foi debatida, não tem similar no mundo e ninguém sabe direito como funcionaria.

O cidadão poderia votar no candidato a deputado ou na legenda do partido. Não há quem explique como seriam rateados os votos dados à legenda. Se a divisão incluir os candidatos que já teriam sido eleitos com suas votações individuais, a redundância beira a maluquice.

Esse híbrido ajuda o PT, talvez o PSDB e o PSOL. Ganha uma viagem ao Afeganistão quem conhecer alguém capaz de sair de casa para votar na legenda do PMDB, do PP, do PSD, ou mesmo do DEM.

A atual legislatura mostrou que não tem competência nem vontade para fazer uma reforma política (salvo na esperteza da tunga bilionária do fundo eleitoral).

Ficaria tudo melhor se deixassem o velho sistema proporcional em paz. Para um doente, às vezes é melhor ficar em casa do que ir para um hospital contaminado, onde trabalham médicos loucos.

Presente

Donald Trump criou uma oportunidade para que se conheça melhor a sociedade americana e sua História. Pode-se ver (ou rever) a série de documentários "A Guerra Civil", do cineasta Ken Burns.

É uma obra-prima do gênero. Associa inteligência e erudição a um monumental trabalho de pesquisa.

São nove programas e cada um tem cerca de uma hora de duração. Com legendas em português, essa dádiva está no YouTube.

Está tudo lá.

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