Folha de S. Paulo


Judiciário avança sobre larápios, mas precisa acelerar trabalhos

Abuso

A República de Curitiba continua reclamando do texto do projeto da lei que que pune promotores e juízes por abuso de autoridade.

Todos os seus argumentos podem estar certos, mas até hoje não responderam a uma pergunta: em qualquer caso, quem condenará promotores ou juízes será outro juiz. Se ele não merece confiança, por que eles a merecem?

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Caos

O Judiciário brasileiro avançou sobre larápios e aterroriza a banda podre do Congresso, mas precisa dar um polimento nos seus próprios costumes.

Com a liberação do papelório da Odebrecht, a burocracia do Supremo Tribunal Federal deve redistribuir cerca de 200 inquéritos, mais de uma dezena deles dentro da própria corte.

Esse trabalho está engarrafado e em três semanas poucas iniciativas andaram. Há falta de pessoal e de iniciativa. A sede da Polícia Federal fica a dois quilômetros de distância. Nesses, como em todos os casos, os CDs com a documentação seguem pelo correio.

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Pobreza

Durante os depoimentos de Sérgio Cabral e de Adriana Ancelmo, o juiz Moro lutou bravamente para pronunciar corretamente o nome da grife dos ternos do ex-governador. Fracassou.

Como diria o ex-prefeito Eduardo Paes, "coisa de pobre". A pronúncia correta da grife dos "su misura" de Ermenegildo Zegna é "Zenha".

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Lagarde no Alemão

Em 2013, quando viajou no teleférico do Morro do Alemão, a direta do FMI, Christine Lagarde, sentiu-se "nos Alpes".

O téléphérique está parado, mas se a doutora voltar ao morro poderá sentir-se num dos bunkers alemães da Normandia visitando a torre blindada que a PM acaba de colocar numa de suas praças.

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